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Estado de Minas

Hong Kong entra em 2020 enorme manifestação pró-democracia


postado em 01/01/2020 13:55

Mais de um milhão de manifestantes pró-democracia, segundo os organizadores, foram às ruas de Hong Kong nesta quarta-feira para celebrar a virada do ano e dar um novo impulso ao movimento, com este protesto marcado por confrontos com a polícia.

A ex-colônia britânica atravessa, desde junho, sua pior crise desde seu retorno a Pequim, em 1997.

Os protestos para obter reformas democráticas se tornaram marchas pacíficas que reuniram milhões de pessoas, mas também confrontos violentos entre policiais e manifestantes.

Mais de um milhão de habitantes de Hong Kong participaram da manifestação de Ano Novo, segundo os organizadores. "A cifra total da marcha de hoje supera o 1,03 milhão de pessoas [do dia 9] de junho", estimou em um comunicado a Frente Civil para os Direitos Humanos (FCDH), em alusão à primeira manifestação que representa o verdadeiro início do movimento.

Nesta quarta, as autoridades pediram para os organizadores concluírem a marcha mais cedo que o previsto devido aos confrontos. O protesto autorizado começou pacificamente à tarde, mas no cair do dia, quando a marcha atravessava o bairro de Wan Chai, tiveram início os choques com a polícia.

- Molotovs -

A polícia antidistúrbios, alvo de coquetéis Molotov, respondeu com gás lacrimogêneo e spray de pimenta.

"A polícia pediu para dispersarmos a marcha", anunciaram ps organizadores no megafone aos manifestantes. "Por favor, vão embora imediatamente, com calma e devagar".

A tropa de choque cercou a manifestação, inclusive na estação de metrô de Wan Chai. Manifestantes com o rosto coberto e vestidos de preto contruíram barricadas improvidas. Alguns comércios ficaram destruídos.

Embora esses confrontos tenham sido menos violentos do que nas manifestações anteriores, cerca de 400 pessoas foram presas, disse a polícia, principalmente por "reunião ilegal e posse de armas".

A marcha procurou pressionar o Executivo local a atender as demandas do movimento, como o estabelecimento de um verdadeiro sufrágio universal, uma investigação independente sobre o comportamento da polícia e a anistia para todos os detidos desde junho (cerca de 6.500, dos quais quase um terço tem menos de 20 anos).

"É triste que nossas demandas de 2019 tenham que passar para 2020", lamentou ele diante da multidão Jimmi Sham, da FCDH, antes do início da manifestação. "Acreditamos que haverá mais repressão no futuro. Temos que nos preparar ativamente para a luta", afirmou.

- 'Situação desesperada' -

"O Estado de direito, os direitos humanas e a liberdade de Hong Kong foram progressivamente corroídos", afirmou um manifestante com o rosto coberto durante uma reunião de participantes do protesto.

"Os moradores de Hong Kong foram empurrados para uma situação desesperada. Por isso, hoje temos que sair", acrescentou.

Milhares de pessoas se reuniram na noite de terça em várias regiões para a virada do ano.

Pequenos grupos no bairro de Mong Kok atearam fogo a barricadas - levando ao primeiro uso de gás lacrimogêneo pela polícia em 2020.

Horas antes, milhares de manifestantes formaram correntes humanas quilométricas pelas ruas da cidade. Eles cantaram "Glória a Hong Kong", hino dos protestos.

O protesto surgiu inicialmente contra um projeto de lei que tentava autorizar extradições para a China continental - que as autoridades acabaram rejeitando - e se expandiu para denunciar o controle exercido por Pequim.

No fim de novembro, o lado pró-democracia venceu as eleições locais, que foram consideradas um referendo sobre como o governo local, apoiado por Pequim, gerencia a crise. Desde então, confrontos em manifestações têm sido esporádicos.

Os manifestantes, por outro lado, prometeram continuar sua luta por maior liberdade. Até agora, o Executivo local liderado por Carrie Lam rejeitou seus pedidos.


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