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Estado de Minas

China se nega a dizer se o uigur Ilham Tohti está vivo


postado em 19/12/2019 07:07

O governo chinês classificou nesta quinta-feira Ilham Tohti, um professor universitário uigur detido na China, de "terrorista" e se negou a afirmar se o vencedor do prêmio Sakharov, concedido pela Eurocâmara, está vivo ou não.

Tohti, ex-professor de Economia em Pequim de 50 anos, foi condenado à prisão perpétua em 2014 após um processo que provocou a indignação de governos estrangeiros e organizações internacionais.

Em outubro, o Parlamento Europeu concedeu o prêmio Sakharov de direitos humanos a Tohti e pediu sua libertação imediata.

Na quarta-feira a filha de Ilham Tohti, Jewher Ilham, recebeu em Estrasburgo a premiação em nome do pai e disse à AFP que a família "não sabe nem se ele está vivo", já que a última visita de um parente aconteceu em 2017.

Questionado sobre o caso, o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, se negou a responder diretamente a pergunta dos jornalistas.

"O que sei é que Ilham Tohti é um criminoso condenado por um tribunal chinês de acordo com a lei", declarou, antes de afirmar que não conhecia o prêmio Sakharov.

Geng acrescentou esperar "que não se ilumine de maneira imerecida um terrorista".

O intelectual pertence à etnia uigur, majoritariamente musçulmana e que constitui a principal população da região de Xinjiang.

Esta enorme região do noroeste da China foi cenário durante anos de atentados atribuídos a militantes uigures e está submetida a um rígido controle policial.

Em meados da década passada, o intelectual criou um site para publicar artigos sobre questões sociais consideradas sensíveis.

Sua postura sobre o bilinguismo chinês-uigur, suas críticas a vários políticos ou sobre as dificuldades dos uigures para encontrar trabalho provocaram uma estreita vigilância policial.

A justiça o acusa de ter feito apologia de autores de atentados em seus cursos.

Organizações de defesa dos direitos humanos calculam que um milhão de muçulmanos estão ou estiveram detidos em campos de reeducação política em Xinjiang, mas Pequim nega o número e afirma que os locais são "centros de formação profissional".


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