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Estado de Minas

Chile teme aumento da violência após dois meses de protestos


postado em 18/12/2019 21:55

O Chile completou 60 dias, nesta quarta-feira (18), desde o início de sua inédita crise social, com as atenções voltadas para a maneira como o governo vai canalizar a insatisfação quanto a seu modelo econômico e os temores de uma nova onda de violência.

Os protestos explodiram em 18 de outubro pelo aumento do bilhete de metrô. Na sequência, a pauta de reivindicações foi ampliada, passando a incluir as desigualdades do modelo econômico e político herdado da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

"Este protesto social se transformou em uma grande oportunidade para construir um novo futuro para o Chile", ressaltou o presidente Sebastián Piñera, em um artigo de opinião publicado hoje no jornal "The New York Times".

Piñera, que viu sua popularidade despencar a mínimos de 10%, considerou as manifestações como "a expressão legítima de uma democracia viva e vital, que nos deu a oportunidade de nos conectarmos melhor com nossos cidadãos e liderar uma transição para uma sociedade mais justa e com maior igualdade de oportunidades".

Passados dois meses em que seu governo teve de mudar por completo sua agenda, há mais dúvidas do que certezas, porém, sobre como o Chile poderá administrar a insatisfação da população.

Nas últimas semanas, os protestos diminuíram, assim como a violência nas ruas. Agora, o temor é que, com o fim das férias de verão, as manifestações ressurjam, diante da falta de respostas à maioria das reivindicações sociais.

"O panorama para o mês de março é particularmente complexo. É o mês em que os chilenos mais gastam, e a crise (econômica) vai ser sentida com força. A isso, deve-se acrescentar a polarização política que vai surgir, fruto do debate sobre a nova Constituição", disse o analista da Universidade de Talca, Mauricio Morales.

"Em consequência, o Chile enfrentará a pior combinação possível: polarização política e crise econômica", acrescenta.

Esta tarde, a Câmara dos Deputados aprovou uma lei que permite convocar um plebiscito em abril para redigir uma nova Constituição, acordada há um mês pelas forças políticas para desativar a crise.

Por falta de quórum, ficaram de fora três aspectos exigidos nas ruas: paridade de gênero, inclusão de independentes e assentos para as minorias indígenas na eventual Assembleia Constituinte.

Agora, a reforma e suas indicações devem ser revistas pelo Senado.

Nesta quarta-feira, organizações estudantis realizaram uma nova manifestação na Praça Itália de Santiago, epicentro dos maiores protestos e rebatizada de "Praça da Dignidade".

A polícia ocupou o local e utilizou jatos d'água e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.


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