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Estado de Minas VATICANO

Fim do sigilo sobre pedofilia


postado em 18/12/2019 04:00

O papa Francisco deu ontem mais um passo na luta contra os abusos sexuais na Igreja católica, levantando o segredo pontifício sobre esses crimes, mas mantendo um mínimo de confidencialidade. Há vários anos a Igreja enfrenta escândalos de crimes de pedofilia cometidos durante décadas por padres e religiosos e, muitas vezes, acobertados pela hierarquia católica. O papa fez da luta contra as agressões sexuais cometidos na Igreja católica uma das prioridades de seu pontificado.

Na França, o cardeal Philippe Barbarin é julgado por não ter denunciado os abusos de um padre de sua diocese. Por coincidência do calendário, Francisco também aceitou ontem a demissão, oficialmente por “limite de idade”, do embaixador do Vaticano na França, monsenhor Luigi Ventura, investigadi por agressões sexuais.

As 'instruções' assinadas pelo papa visam “especificar o grau de confidencialidade com o qual é preciso tratar as informações e denúncias sobre os abusos sexuais cometidos por religiosos”, explica o arcebispo Juan Ignacio Arrieta, integrante do Conselho Pontifício de Textos Legislativos. Mais direto, Giuseppe Dalla Torre, ex-presidente do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano, afirma que “o papa Francisco abole o segredo papal para casos de abuso sexual”.

PROTEÇÃO O sigilo pontifício, também chamado de segredo do papa, é uma regra de confidencialidade que protege informações confidenciais relacionadas ao governo da Igreja universal, de acordo com a definição do site Le forum catholique.

“Em essência, as razões que levaram o legislador eclesiástico a introduzir, entre os assuntos sujeitos ao sigilo pontifício, os crimes mais graves (como agressão sexual) cederam diante de valores considerados hoje mais elevados e dignos de proteção especial, como a primazia do ser humano ferido”, acrescenta Dalla Torre.

Mesmo levantando o segredo pontifício, o papa argentino impôs um mínimo de atenção, exigindo que "as informações" desses casos sejam “tratadas de maneira a garantir a segurança, a integridade e confidencialidade (...) a fim de proteger a boa reputação, imagem e privacidade de todos os envolvidos”. Isso não significa censura, ressalta Francisco: “Nenhuma obrigação de silêncio em relação aos fatos em questão pode ser imposta àqueles que os denunciam, à pessoa que afirma ser a vítima e às testemunhas”.


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