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Estado de Minas

Tensão entre Washington e Pyongyang após tiros de mísseis norte-coreanos


postado em 09/12/2019 19:55

A tensão entre Estados Unidos e Coreia do Norte voltou a crescer nesta segunda-feira, um dia após o regime norte-coreano anunciar um teste de míssil.

Após ter ignorado os diversos tiros de mísseis norte-coreanos de curto e médio alcance nos últimos meses, a administração de Donald Trump mudou de posição.

Os Estados Unidos pediram ao Conselho de Segurança da ONU que convoque uma reunião esta semana para abordar o risco de uma "escalada nas provocações" da Coreia do Norte, após seus "recentes lançamentos de mísseis".

O encontro deve fornecer informação "sobre os fatos recentes na península coreana, incluindo os lançamentos de mísseis e a possibilidade de uma escalada nas provocações" de Pyongyang, disse um porta-voz do Departamento de Estado americano.

O governo Donald Trump não quis, porém, organizar uma reunião do conselho dedicada aos direitos humanos no país asiático. Este encontro estava previsto para terça-feira, mas o porta-voz não especificou se o debate sobre os lançamentos de mísseis será no mesmo dia.

O regime de Kim Jong-un anunciou no domingo a realização de "um teste muito importante" de sua base de lançamento de satélites de Sohae, que havia prometido fechar em 2018.

"Kim Jong-un é muito inteligente e tem muito a perder, se agir de maneira hostil", advertiu Trump no domingo.

- Idoso impaciente -

O líder da Coreia do Norte, que liderou as negociações com os EUA até o fracasso da cúpula de Hanói, em fevereiro, ironizou hoje as declarações de Trump, chamando-o de "idoso impaciente" e "errático".

A tensão atual remonta a 2017, quando Trump e Kim trocavam insultos, antes da série histórica de três encontros entre os dois líderes.

O primeiro encontro entre Kim e Trump, em junho de 2018, permitiu iniciar negociações, mas que ficaram limitadas a uma declaração de intenções sobre "a 'desnuclearização' completa da península coreana".

Trump exige que Kim renuncie a todo o seu arsenal nuclear, e o líder norte-coreano quer um acordo que inclua a suspensão rápida de ao menos parte das sanções internacionais que sufocam seu país.

Pyongyang deu a Washington até o Ano Novo para mudar sua estratégia, prometendo um "presente de Natal" em tom de ameaça.

- "Confronto parece inevitável" -

"A Coreia do Norte tenta aumentar a pressão sobre o presidente Trump e sua administração para que adote um enfoque mais flexível", disse à AFP Frank Aum, antigo membro do Pentágono.

Segundo este especialista do US Institute of Peace, Pyongyang "entende que os Estados Unidos se conformariam em prolongar a atual situação durante anos", reduzindo a tensão militar mas sem afrouxar a pressão econômica, mas Kim precisa do fim das sanções.

O problema é que a "Coreia do Norte está entre a espada e a parede", avalia Aum. "Terá que fazer algo para o ultimato do Ano Novo não parecer algo estúpido, mas não poderá ir muito longe diante do risco de represálias de Estados Unidos e China".

Retomar os tiros de mísseis intercontinentais ou de armas nucleares a menos de um ano das eleições nos EUA obrigaria Washington a reagir de alguma forma.

"É uma situação muito difícil porque as duas partes não podem fazer concessões sem parecer fracas", declarou Vipin Narang, especialista em Coreia do Norte do Massachusetts Institute of Technology.

A não ser que Trump aceite um acordo progressivo para "deter o programa nuclear norte-coreano, o confronto parece inevitável".


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