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Estado de Minas

Reunião entre Putin e Zelenski visa a retomar processo de paz na Ucrânia


postado em 09/12/2019 17:31

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodimir Zelenski, se reuniram pela primeira vez nesta segunda-feira (9) em Paris, em um encontro com a mediação da França e da Alemanha que tem por objetivo retomar o processo de paz no território ucraniano e abrir um novo capítulo nas relações com Moscou.

Estas negociações, com um formato chamado de "Normandia", referência à região francesa onde os governantes dos quatro países se reuniram pela primeira vez em 2014, não aconteciam desde 2016.

Os dois dirigentes sentaram-se frente a frente numa mesa em um salão do Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, logo após as 16H00 (12H00 de Brasília) com o presidente francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã Angela Merkel.

Depois do encontro desta segunda, definido após uma série de reuniões bilaterais, os quatro líderes participarão de uma coletiva de imprensa.

O primeiro encontro entre Putin e Zelenski, que chegou ao poder em maio, se dá após três anos de paralisação das negociações do processo de paz entre os dois países.

A guerra entre Kiev e os separatistas pró-Rússia provocou mais de 13.000 mortes na bacia de Donetsk, reduto industrial do leste ucraniano, em mais de cinco anos.

Os combates registraram queda desde os acordos de Minsk em 2015. Mas 80 mil homens permanecem na linha de frente, ao longo de 500 quilômetros, e mortes acontecem todos os meses no conflito.

Os países ocidentais e a Ucrânia acusam a Rússia de financiar e armar os rebeldes, o que Moscou nega, afirmando que desempenha um papel político-humanitário para proteger as populações locais de língua russa.

- Teste para Macron -

O presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, a única a ter participado ao lado de Putin de todos encontros prévios sobre o tema, esperam sinais concretos em Paris para avançar nas negociações de paz.

"Precisamos da consolidação do cessar-fogo, da remoção de minas da linha de contato, da definição de novas áreas de retirada [de combatentes], prever novas trocas de prisioneiros", detalha a presidência francesa.

Para Macron, cujo pedido de aproximação entre a UE e a Rússia ainda não é bem recebido por seus colegas europeus, esta cúpula também será uma prova da boa vontade do presidente Putin.

"Se a cúpula fracassar, isso seria um fracasso pessoal para Macron por seus esforços para que isso acontecesse", diz Gerhard Mangott, professor de Relações Internacionais da Universidade de Innsbruck, na Áustria.

Desde a mudança de presidente na Ucrânia, houve um alívio nas tensões: 70 prisioneiros foram trocados - incluindo figuras muito simbólicas - as tropas recuaram em três pequenos setores da linha de frente e os navios de guerra que foram interceptados pela Rússia foram devolvidos.

Mas Volodimir Zelenski, um estreante na política, está sob pressão da opinião pública em seu país, que teme que ele faça muitas concessões para cumprir sua promessa de campanha de acabar com a guerra.

- Busca de concessões bilaterais -

Cerca de 200 pessoas passaram a noite em barracas de campanha em frente à sede da presidência em Kiev, para pressionar Zelenski para que não "capitule". No domingo, 5 mil pessoas participaram de uma manifestação no centro da capital ucraniana com o mesmo objetivo.

Zelenski impôs várias condições à realização de eleições em Donetsk, uma etapa fundamental do processo de paz, em torno da qual há muita preocupação.

O presidente ucraniano exige o desmantelamento prévio de todos os grupos armados "ilegais" - incluindo os separatistas pró-russos e seus aliados russos - e o retorno para Kiev do controle da fronteira com a Rússia, pela qual supostamente passam militares e armas.

No entanto, os acordos de Minsk apenas preveem esta medida, no dia seguinte às eleições em Donetsk.

"Se houver como renegociar esse ponto ou encontrar uma maneira de satisfazer a solicitação do presidente Zelenski, estamos dispostos a discuti-los", dizem no Eliseu.

Putin tem sido mais cauteloso com suas intenções, contente em descrever o presidente ucraniano como "sincero" e "simpático".

Mas as concessões não podem vir apenas de Zelenski, insiste a Alemanha. "Se quisermos progredir, a Rússia também deve fazer um gesto", disse Heiko Mass, chefe da diplomacia alemã.


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