Pelo menos 43 pessoas morreram ontem em um incêndio em uma fábrica no centro de Nova Délhi, na Índia. O incêndio, que começou às 5h30 (hora de Brasília), levou algumas horas para ser controlado, em uma operação que, segundo o Corpo de Bombeiros, mobilizou 25 viaturas. De acordo com autoridades locais, a fábrica também servia de dormitório para trabalhadores, e a maioria das pessoas dormia quando o incêndio começou e muitos morreram asfixiados. A polícia ainda não sabe como o fogo começou.
Mais de 50 pessoas foram resgatadas na fábrica pelos bombeiros, e grande parte delas tinha sido afetada pela fumaça. De acordo com o último balanço, pelo menos 16 pessoas foram hospitalizadas. Em várias cidades da Índia, as fábricas e pequenas unidades industriais estão localizadas em bairros antigos e apertados, onde o preço dos imóveis é mais baixo. À noite, esses prédios costumam servir de dormitório para os trabalhadores pobres, a maioria deles migrantes, que economizam dinheiro ao dormir no local de trabalho.
Em mensagem no twitter, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, considerou "horrível" o incêndio. "Os meus pensamentos estão com aqueles que perderam os seus entes queridos. Desejo aos feridos uma rápida recuperação", disse o premiê. "As autoridades darão toda a assistência possível no local da tragédia", acrescentou.
Na Índia, as leis de construção e as normas de segurança são frequentemente desrespeitadas pelos construtores e moradores, razão pela qual os incêndios são comuns. Em 1997, um incêndio em um cinema em Nova Délhi matou 59 pessoas. Já em fevereiro deste ano, 17 pessoas morreram devido a um incêndio em um hotel de seis andares, também na capital indiana. O fogo começou numa cozinha não autorizada na cobertura do edifício.
LIGAÇÕES
As famílias, arrasadas pela tragédia, contaram que, de madrugada, receberam ligações dos trabalhadores, que suplicavam para serem salvos das chamas no bairro comercial de Sadar Bazar. Um sobrevivente, Sabi Abas, tinha acabado de trabalhar e estava se preparando para dormir quando ouviu gritos no terceiro andar. "Me joguei no chão e vi fios elétricos pendurados e pegando fogo, e uma fumaça negra que estava se expandindo no corredor", contou.
De acordo com os bombeiros, as condições de acesso à zona do acidente, um mercado com pouca iluminação em meio a ruas muitos estreitas, prejudicaram a ação das equipes de resgate. As emissoras de televisão locais divulgaram imagens dos bombeiros transportando moradores e feridos pelas ruelas, até conseguirem chegar ao ponto onde viaturas e ambulâncias esperavam para prestar atendimento às vítimas.
Engolido pelas chamas, o prédio abrigada várias unidades de produção, onde se fabricavam mochilas escolares e material de embalagem, o que agravou o incêndio. O chefe do Executivo local, Arvind Kejriwal, revelou que os bombeiros terminaram as operações de resgate e que não havia mais vítimas. “Ainda não sabemos o que provocou este incêndio, nem se o fogo se viu agravado pela presença do plástico armazenado e de outros materiais deste tipo", declarou Bhardwaj. (Agência Brasil)