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Estado de Minas

Catástrofes climáticas aumentam sem distinguir entre países ricos e pobres


postado em 04/12/2019 09:25

Japão, Filipinas e Alemanha encabeçaram a lista dos países mais afetados no ano passado por fenômenos meteorológicos, intensificados pela mudança climática, de acordo com um relatório publicado nesta quarta-feira, que mostra que nenhum país, rico ou pobre, está a salvo.

Inundações por fortes chuvas, ondas de calor letais e o pior tufão em 25 anos deixaram centenas de mortos no Japão em 2018, além de milhares de desabrigados e mais de 35 bilhões de dólares em danos, afirma o estudo divulgado pela ONG Germanwatch.

O ciclone Manghut, o mais potente do ano, devastou as Filipinas em setembro, forçou o deslocamento de 250.000 pessoas e provocou desabamentos fatais, segundo o relatório anual de riscos climáticos.

A Alemanha sofreu com uma prolongada onda de calor e seca no verão, que deixou 1.250 mortes prematuras e perdas de 5 bilhões de dólares, principalmente no setor agrícola.

A conclusão do relatório destaca que até as economias mais desenvolvidas estão à mercê de eventos meteorológicos exacerbados pelo aquecimento global.

"A ciência confirma a ligação entre mudança climática, de um lado, e a frequência e severidade do clima extremo, do outro", afirmou uma das cientistas da Germanwatch, Laura Schafer.

"Na Europa, por exemplo, momentos de calor extremo são 100 vezes mais prováveis que há um século", disse.

Atrás de Japão, Filipinas e Alemanha aparecem Índia, afetada por temperaturas extremas e inundações em 2018, e Madagascar.

De todas as maneiras, nas últimas duas décadas as regiões mais pobres foram as que mais sofreram, de acordo com o relatório, que leva em consideração os eventos extremos, mas não processos mais lentos como o aumento do nível dos oceanos.

Porto Rico, Mianmar e Haiti foram os países mais afetados nos últimos 20 anos, principalmente por ciclones que se tornaram mais violentos com o aquecimento da superfície da água e mais destrutivos com o aumento do nível do mar.

Apenas um ciclone, Nargis, provocou 140.000 mortes e destruiu as propriedades de 2,4 milhões de pessoas na costa de Mianmar em 2008.

- De muito raro a frequente -

O estudo foi divulgado um dia depois da publicação do relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que concluiu que a última década está destinada a ser a mais quente já registrada na história.

"Mais uma vez, em 2019, os riscos ligados ao tempo e ao clima afetaram duramente", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

"As ondas de calor e as inundações que antes aconteciam uma vez por século estão se tornando eventos regulares", advertiu.

Embora os cientistas demonstrem relutância em atribuir a um evento particular o aquecimento climático, a amplificação dos fenômenos coincide com suas previsões, no momento em que o mundo registra o aumento de um grau centígrado (1ºC) desde a era pré-industrial.

No ritmo atual, o termômetro pode subir 4°C. E mesmo que os signatários do Acordo de Paris, reunidos em Madri até 13 de dezembro, respeitem seus acordos para reduzir as emissões de C02, será possível cair para a barreira de +3°C.


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