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Estado de Minas

Emissões globais de CO2 se mantiveram em alta em 2019


postado em 03/12/2019 21:43

As advertências se acumulam à margem da COP25, em Madri: as emissões de CO2 de origem fóssil continuam aumentando no mundo em 2019, apesar da diminuição do uso do carvão, compensada pelo recurso ao petróleo e sobretudo ao gás natural.

Segundo o balanço do Global Carbon Project (GCP), as emissões avançaram 0,6% em 2019, o que representou um "aumento nas concentrações de CO2 na atmosfera", que alimentam as mudanças climáticas.

"As políticas atuais são claramente insuficientes para reverter as tendências de emissões mundiais", advertiu a climatologista Corinne Le Queré em coletiva de imprensa em Madri, onde a comunidade internacional é chamada a fazer mais para reduzir as emissões.

"A urgência de agir permanece intacta", destacou.

No ritmo atual, a temperatura do planeta pode aumentar a 4º ou 5ºC no fim do século com relação à era pré-industrial, enquanto o Acordo de Paris prevê limitar o aquecimento abaixo dos 2ºC e, preferencialmente a 1,5 ºC.

Este último objetivo poderia ser alcançado reduzindo as emissões de gases de efeito estufa em 7,6% ao ano entre 2020 e 2030, segundo um cálculo do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma).

Mas nem sequer o CO2 parece chegar ao limite. "Espero que o faça nos próximos cinco anos, mas ainda não é visível", reconheceu Pierre Friedlingstein, da Universidade britânica de Exeter.

As emissões globais de CO2 de origem fóssil (combustíveis, indústria e cimento) foram quase dois terços mais altas em 2019 em relação a 1990. Seu crescimento demorou desde 2010, após a crise econômica de 2008, mas voltaram a subir em 2017 (+1,5%) e 2018 (+2,1%).

O aumento menor de 2019 se deve "a diversos fatores, inclusive a desaceleração do crescimento econômico, as condições meteorológicos e uma queda substancial do uso do carvão em Estados Unidos e Europa", segundo Le Queré.

- Gás natural, uma solução ruim? -

O uso do carvão nos Estados Unidos, segundo emissor mundial, assim como na UE, diminuiu até 10% nas duas regiões em 2019, o que contribuiu "para a redução das emissões" provocadas por este combustível no mundo, segundo um comunicado do GCP.

O carvão continua sendo uma energia muito disseminada na China e o GCP não vê sinais de que o primeiro emissor mundial esteja planejando abrir mão dele.

O retrocesso do carvão foi compensado no mundo por um uso maior do petróleo e sobretudo do gás natural. "Pela mesma quantidade de energia, o gás natural emite menos CO2 que o carvão", mas como seu uso aumenta, "também o fazem as emissões de CO2", destaca Philippe Ciais, pesquisador do LSCE-Instituto Pierre Simon Laplace da França.

"Não podemos continuar queimando gás natural até o fim do século, caso contrário não respeitaremos o Acordo de Paris", avaliou.

A Agência Internacional de Energia defende, no entanto, o gás natural como uma energia de transição e prevê uma progressão de seu consumo de 10% até o fim dos anos 2020.

Segundo o GCP, na Índia, a progressão das emissões de CO2 recuou devido ao crescimento econômico fraco.

Também os solos, quando passam de estar ocupados por florestas - que retêm o carbono - a plantios, são fonte de emissões de CO2, mas estas são mais difíceis de medir e "não há uma tendência clara na última década", segundo o GCP.


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