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Estado de Minas

Deficientes visuais sofrem nas ruas de Nova Délhi


postado em 03/12/2019 11:43

Agitando sua bengala branca, o cego Vinod Kumar Sharma passa quatro horas por dia nos vagões de trem lotados e nas ruas congestionadas, intransitáveis e muitas vezes sem asfalto de Nova Délhi.

Sharma é um dos 63 milhões deficientes visuais que vivem na Índia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo oito milhões completamente cegas, 20% do total global.

Muitas ruas de Délhi não possuem asfalto, o que obriga este homem de 44 anos, pai de três filhos, a caminhar pela beira da estrada, usando a bengala branca, enquanto carros e caminhões passam a poucos centímetros dele.

Nos trens da cidade de 20 milhões de habitantes, onde os passageiros viajam empilhados como sardinhas, Sharma depende da ajuda de pessoas solidárias que o ajudam a transitar entre plataformas e a entrar e sair dos vagões.

Sharma conta à AFP que sempre recebe ajuda para entrar e sair dos trens. "As pessoas são boas, mas há estradas quebradas e buracos abertos com água de esgoto que sempre representam um risco", explica.

Como muitos indianos cegos, Sharma enfrenta a pequena oferta de empregos para deficientes - muitos são obrigados a mendigar ou a recorrer à caridade para chegar ao fim do mês.

A pobreza e o acesso limitado aos serviços de saúde nas áreas rurais também contribuem para a elevada taxa de deficiência visual no país, de acordo com especialistas.

Sharma, que nasceu em um dos estados mais pobres do país, Bihar, perdeu a vista quando era criança e trabalhava nas plantações de seu vilarejo. Ele se mudou para a capital para tentar obter tratamento.

Quando os médicos não conseguiram ajudá-lo, ele decidiu ficar na cidade. Estudou em uma escola especial para cegos e conseguiu emprego em uma fábrica de brinquedos em braille, onde trabalhou por duas décadas, até a demissão no ano passado.

Atualmente, trabalha como massoterapeuta em uma Associação de Cegos de Délhi.

Swapna Merlin, da Associação, afirma que muitos alunos procedem de regiões em que foram educados para acreditar que não podem existir fora do cuidado de suas famílias.

"Quando saem, eles percebem que podem fazer coisas diferentes (...). Cada história de sucesso é fonte de inspiração para os demais", explica.


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