O governo do presidente Iván Duque aceitou nesta segunda-feira dialogar diretamente com os líderes dos protestos na Colômbia, que há doze dias agitam as ruas do país, mas pediu que seja suspensa a manifestação convocada para a próxima quarta-feira.
"Estamos hoje dispostos e prontos para nos sentar esta tarde ou amanhã para discutir" sua agenda de exigências, disse à imprensa Diego Molano, coordenador dos diálogos propostos por Duque para deter a onda de protestos.
O funcionário pediu a suspensão da passeata convocada para o dia 4 de dezembro, para reduzir os "efeitos econômicos" da greve sobre o comércio antes do Natal.
"Afirmamos ao Comitê Nacional de Greve que o governo e o presidente Duque têm toda a disposição para o diálogo, sem ultimatos e pressões, pelo bem da Colômbia".
"O Comitê Nacional de Greve tem toda a vontade" de negociar, "mas com uma metodologia clara, garantias e uma agenda temática envolvendo o que motivou a greve de 21 de novembro", escreveu no Twitter Diógenes Orjuela, presidente da Central Única dos Trabalhadores.
"Dizemos ao governo para não impor condições. Estão condicionando à suspensão da greve de 4 (de dezembro), e este ponto não podemos aceitar".
O Comitê já propôs ao governo uma agenda de discussões em torno das múltiplas exigências dos manifestantes, incluindo a adoção "integral" do acordo de paz firmado em 2016 com os rebeldes das FARC, o combate à corrupção, uma melhor política de segurança e o fim dos assassinatos de ativistas de direitos humanos, líderes sociais e ex-guerrilheiros.
Desde 21 de novembro, milhares de pessoas se mobilizam, quase diariamente, em diferentes cidades da Colômbia, na maior onda de protestos no país desde os anos setenta.