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Estado de Minas

Economia chilena despenca 3,4% em outubro por crise social


postado em 02/12/2019 14:19

A economia chilena caiu 3,4% em outubro em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionada pela crise social que começou no dia 18 do mês, causando um declínio dramático na atividade comercial e serviços, informou o Banco Central nesta segunda-feira.

A queda no Índice de Atividade Econômica Mensal (Imacec, que projeta o PIB), excede em muito as projeções oficiais e de mercado, onde se previa uma queda de cerca de 1%.

O indicador mensal também é o menor desde 2009, quando a economia local caiu 3,5% após a crise financeira global.

A série com ajuste sazonal recuou 5,4% em relação ao mês anterior e 3,5% em doze meses.

"Isso significa uma estagnação da economia que tem uma face social muito importante (...) porque a queda que atingimos foi muito forte", disse o ministro da Economia, Lucas Palacios, comentando sobre o índice Imacec e antecipando que o governo anunciará uma "artilharia econômica" para lidar com a crise.

A interrupção drástica do comércio e serviços após a crise social de 18 de outubro é a principal causa deste queda, segundo o BC.

"A atividade econômica do mês foi afetada pelo desempenho das atividades da indústria de serviços, comércio e manufatura", afirmou a entidade monetária.

Da mesma forma, "a série ajustada sazonalmente caiu 5,4% em relação ao mês anterior e 3,5% em doze meses", acrescentou o Banco Central.

A crise social começou com protestos estudantis contra o aumento das tarifas do metrô e escalou para se tornar a mais grave revolta social desde o final da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), com um saldo até agora de 23 mortos.

As manifestações tornaram-se diárias e resultaram em confrontos violentos com a polícia, saques e incêndios, forçando as empresas a fechar, principalmente as do centro, enquanto os grandes shopping centers operam com horários restritos.

A organização de grandes eventos teve que ser cancelada por causa da crise social, como aconteceu com a reunião de líderes do fórum econômico da APEC, a Conferência do Clima da ONU COP25, que se mudou para Madri, e a única final da Copa Libertadores , que foi realizada em Lima.

"O quadro é de uma tempestade perfeita caindo sobre a economia", comentou o economista Francisco Castañeda à AFP.

"A crise causou uma desaceleração muito acentuada no crescimento e o quarto trimestre terá números negativos. A taxa de desemprego mostrará um aumento e os bancos já começaram a restringir empréstimos" [complicando as perspectivas para o próximo ano], acrescentou o analista da Universidade de Santiago (USACH).

As atividades mais afetadas foram "educação, transporte, serviços de negócios e restaurantes e hotéis", segundo o BC.

Um relatório do Scotiabank afirma que a economia local "teria perdido dois anos de crescimento em apenas duas semanas".

- Mineração também a uma taxa mais baixa -

Durante o mês de outubro, a chamada "mineração Imacec" cresceu 2%, em uma atividade que aumentou a um ritmo mais lento do que o esperado devido aos efeitos da guerra tarifária que os Estados Unidos e a China estão tratavando e que colapsou o valor internacional do cobre, do qual o Chile é o principal produtor mundial, com quase um terço da oferta global.

Antes do início da crise social, as autoridades esperavam que o final do ano apresentasse um desempenho muito melhor do que no início de 2019.

No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) chileno cresceu 3,3% e as autoridades esperavam fechar o ano com crescimento próximo de 2,5%.

Mas a crise arrastou as projeções anuais, hoje em torno de 2%.

Com a economia em queda e os mercados inquietos, o Banco Central anunciou na quinta-feira uma intervenção no mercado de câmbio de até 20 bilhões de dólares, de dezembro a final de maio, a fim de sustentar o peso que caiu novamente na semana passada em baixa históriao (828,36 unidades por dólar).

Nesta segunda-feira, no primeiro dia da intervenção, o peso estava se recuperando, sendo negociado um pouco acima das 800 unidades nas primeiras horas de atividade cambial.

Em meados de novembro, a entidade monetária fez uma primeira tentativa de aplacar os mercados injetando 4 bilhões de dólares em licitações em 30 e 90 dias.

Mas a especulação venceu a primeira batalha forçando o BC a aumentar a aposta.


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