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Estado de Minas

Premiê de Malta deixará cargo por suspeita de interferir em investigação de assassinato


postado em 30/11/2019 18:01

O primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, suspeito de ter interferido na investigação do assassinato da jornalista Daphne Caruana Galizia, deixará o cargo em 18 de janeiro, indicaram à AFP fontes do partido.

Muscat deveria anunciar, em uma data ainda não determinada, "eleições para a direção do partido em 18 de janeiro", disseram essas fontes, detalhando que "não será nomeado nenhum dirigente interino, dado que renunciará formalmente quando o novo chefe for escolhido".

No sistema parlamentar maltês, o primeiro-ministro é sistematicamente o chefe do partido que ganha as eleições legislativas.

Nos últimos dias, Muscat foi pressionado a renunciar.

A família da jornalista Daphne Caruana Galizia, a oposição e movimentos civis o acusaram de interferir na investigação para proteger seu chefe de gabinete, Keith Schembri.

Na madrugada de sexta-feira, Muscat anunciou, após um conselho de ministros muito agitado segundo testemunhas, que negaria a imunidade a Yorgen Fenech, um empresário suspeito de ser um dos autores intelectuais do assassinato da jornalista, em troca de que este colaborasse com a investigação.

Fenech foi detido em 20 de novembro quando tentava fugir do arquipélago a bordo de seu iate.

O empresário, coproprietário do grupo familiar Tumas (hotelaria, automóvel, energia) apontou esta semana Schembri como o "verdadeiro autor intelectual" do assassinato da repórter.

O chefe de gabinete de Muscat renunciou esta semana, assim como o ministro do Turismo, Konrad Mizzi, e o da Economia, Chris Cardona.

Schembri compareceu ante a polícia mas na quinta-feira foi libertado, o que causou indignação entre os familiares de Daphne Caruana Galizia.

Na sexta-feira, milhares de manifestantes pediram a renúncia do primeiro-ministro.

Muscat, de 45 anos, no poder desde 2013, foi reeleito em junho de 2017 em eleições antecipadas que convocou por acusações de corrupção contra pessoas de seu entorno, após a publicação dos Papéis do Panamá.

A jornalista Daphne Caruana Galizia estava investigando a parte maltesa dos Papéis do Panamá quando morreu na explosão de uma bomba colocada em seu carro, em outubro de 2017.


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