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Estado de Minas

Seis mortos em explosões em meio a aumento de protestos no Iraque


postado em 26/11/2019 17:55

Seis pessoas morreram nesta terça-feira (26) em três explosões quase simultâneas em diferentes bairros de Bagdá, informaram fontes médicas e de segurança da capital iraquiana.

Os ataques não foram reivindicados até o momento. O Iraque vive há dois meses uma situação de grave instabilidade política e social, com protestos diários contra a corrupção no regime.

Durante uma manifestação nesta terça-feira, no centro histórico da capital, uma pessoa morreu, enquanto dezenas ficaram feridos no sul do Iraque, onde várias cidades estão paralisadas pelos bloqueios de administrações e estradas com o objetivo de derrubar o poder.

A morte foi causada por balas de borracha da polícia, segundo médicos da capital, onde os manifestantes enfrentaram os agentes de segurança que estavam escondidos atrás de muros de concreto.

Outros 20 manifestantes ficaram feridos no mesmo lugar, nos arredores da ponte Al Ahrar, presos em uma nuvem de gás lacrimogêneo, perto da Praça Tahrir, epicentro do primeiro movimento de protesto espontâneo do Iraque após Saddam Hussein, que já causou cerca de 350 mortos em dois meses.

Nesta terça, o corpo de um manifestante foi encontrado na mesma região. Fontes oficiais suspeitam que a morte tenha ocorrido na véspera.

- Protestos em todo país -

Num dos países mais ricos em petróleo do mundo - mas também um dos mais corruptos -, os manifestantes exigem a reforma do sistema político e a renovação total da classe dirigente, considerada corrupta e incompetente. Também reclamam da influência exercida pelo vizinho Irã.

O centro histórico e comercial de Bagdá se tornou um verdadeiro campo de batalha, com barricadas nas ruas e manifestantes com os rostos cobertos tentando se proteger da polícia.

Em meio ao caos, garantem que vão continuar a protestar. "Só vamos embora em caixões", declarou um deles à AFP.

"De toda forma, eu não tenho emprego, não tenho dinheiro, então ficar aqui ou ir para casa dá no mesmo", afirmou outro.

"Sem trabalho e sem salário, não posso me casar, não tenho família nem casa", acrescenta em tom amargo o jovem manifestante.

E a violência se espalhou pelas cidades do sul que, até agora, não haviam sido afetadas pelo movimento de protesto.

Na província de Zi Qar, os manifestantes tentam atingir o poder bloqueando os acessos aos campos de petróleo. Três - Garraf, Nassiriya e Subba, que produzem 200.000 barris por dias - estão bloqueados.

Treze policiais encarregados de proteger o campo de Garraf ficaram feridos nos confrontos, segundo uma fonte policial.

Em Diwaniya, os manifestantes bloqueiam as ruas do centro da cidade e queimam pneus em frente a uma das três centrais elétricas da província.

Em Al-Hilla, na província de Babylone, cerca de 60 manifestantes ficaram feridos após os disparos de granadas lacrimogêneas, de acordo com fontes médicas.

Em Kerbala, onde a violência é particularmente intensa, manifestantes e policiais jogaram coquetéis molotov após mais uma noite de combates, informou outro correspondente da AFP.

Até agora, os confrontos ocorreram apenas à noite na cidade sagrada xiita, mas nesta terça continuaram ao longo do dia.

Em Kut, Najaf, Amara e Basra, a desobediência civil continua a paralisar escolas e administrações, até agora nenhuma violência foi relatada, relataram correspondentes da AFP.

O Iraque, o segundo produtor da OPEP, foi vítima de sua primeira mobilização espontânea desde que uma invasão americana derrubou Hussein em 2003.

Os manifestantes exigem a reforma do sistema e de sua classe dominante, que consideram corruptos e incompetentes.


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