O prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, decretou o toque de recolher nesta sexta-feira (22) em toda a capital colombiana, após a ocorrência de distúrbios e saques em meio aos protestos contra o presidente Iván Duque.
"A partir das oito da noite (22H00 Brasília), toque de recolher nas localidades de Bosa, Ciudad Bolívar e Kennedy. A partir das nove da noite, em toda a cidade. Os dois toques permanecem até às seis da manhã de sábado", disse o prefeito em entrevista coletiva.
Apesar das informações sobre a ausência de distúrbios, em todo o país, no sul de Bogotá ocorreram confrontos entre manifestantes e policiais em torno das estações de transporte público.
Também ocorreram saques e roubos, que as autoridades atribuíram a "atividades criminosas" e "excessos", sem relação direta com os protestos da véspera, os maiores dos últimos tempos contra o governo.
Peñalosa destacou que em Bogotá há "cerca de 20 mil" homens, entre policiais e militares, encarregados de manter a ordem pública, e que já ocorreram 230 capturas ligadas aos protestos.
"De nenhuma maneira vamos deixar que minorias de delinquentes destruam nossa cidade".
O presidente Ivan Duque informou no Twitter que se comunicou com Peñalosa para fazer uma "avaliação das recentes alterações na ordem pública".
Em meio a clima de protestos, Duque convocou um "diálogo nacional".
"A partir da próxima semana, iniciarei um diálogo nacional que fortalece a atual agenda de políticas sociais, trabalhando juntos em uma visão de médio e longo prazo que nos permitirá fechar as brechas sociais", disse o presidente num discurso exibido na televisão.
- Leque de reivindicações -
Centenas de manifestantes ocuparam nesta sexta-feira a Praça Bolívar, coração político da Colômbia, um dia após a greve nacional contra o governo de Duque.
A polícia de choque agiu para dispersar os manifestantes, constatou a AFP no local.
Os promotores dos protestos da véspera se afastaram das manifestações desta sexta. "A greve terminou (...). Hoje temos que voltar à normalidade", declarou Julio Roberto Gómez, presidente da Confederação Geral do Trabalho.
Sob um diverso leque de reivindicações, envolvendo desde as políticas econômicas e sociais do governo até a segurança, milhares de pessoas protestaram na véspera em toda a Colômbia.
Os protestos deixaram três mortos, 122 civis feridos levemente e 151 membros da força pública contundidos.