O novo embaixador da Bolívia na OEA, Jaime Aparicio, declarou nesta sexta-feira que "não há" como o ex-presidente Evo Morales ter obtido 47% dos votos nas eleições de 20 de outubro, nas quais a organização detectou irregularidades e que provocaram a atual crise no país.
Aparicio, que foi embaixador nos Estados Unidos do governo de Gonzalo Sánchez de Lozada na década de 2000, apresentou nesta quinta-feira suas credenciais ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.
O diplomata foi nomeado pela presidente interina, Jeanine Áñez, como embaixador na missão especial junto à OEA e à ONU.
"Evo com 47%, não há como", disse Aparicio durante debate no Diálogo Interamericano - um centro de estudos com sede em Washington - ao ser consultado sobre os resultados das eleições anuladas, nas quais Morales terminou com 47,08% dos votos, contra 36,51% para Carlos Mesa, o que impediu o segundo turno.
Para o diplomata, Morales obteve uma vantagem de entre 3% e 5% sobre Mesa, presidente da Bolívia entre 2003 e 2005.
Acusado de manipular os resultados das eleições, Morales renunciou no dia 10 de novembro, sob a pressão das ruas e das forças de segurança, e se asilou no México, de onde denuncia um golpe de estado.