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Estado de Minas

Com Lula em liberdade, PT realiza seu primeiro Congresso da era Bolsonaro


postado em 22/11/2019 09:55

O Partido dos Trabalhadores (PT) inicia seu 7º Congresso em São Paulo nesta sexta-feira (22), com a presença de seu líder histórico, o ex-presidente Lula, recentemente libertado, para discutir sua resposta à onda conservadora que levou a extrema direita de Jair Bolsonaro ao poder.

A reunião daquele que foi o principal partido de esquerda na América Latina vai durar até domingo, quando será realizada a votação para designar sua nova liderança, atualmente ocupada pela deputada federal Gleisi Hoffmann, que tenta a reeleição.

Depois de vencer quatro eleições presidenciais consecutivas (2002, 2006, 2010, 2014), o PT entrou em uma fase de desgaste com o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016 e a operação 'Lava Jato', cujas investigações condenaram Lula a 8 anos e 10 meses de prisão.

Após 19 meses preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula, de 74 anos, foi libertado em 8 de novembro, graças a uma alteração pelo Supremo Tribunal Federal (STF) das regras de cumprimento de penas, o que lhe permitirá esgotar todos os recursos judiciais em liberdade.

Assim que saiu da prisão, o ex-presidente (2003-2010) atacou Bolsonaro e suas políticas pró-mercado e chamou o ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro de "canalha", acusando-o novamente de tê-lo condenado sem provas para tirá-lo da eleição presidencial do ano passado.

Ele também pediu a seus seguidores para recuperar o poder em 2022.

Mas antes, o PT, que sofreu derrotas severas nas últimas eleições nacionais e locais e está separado de alianças com a centro-esquerda, deve definir sua estratégia para o pleito municipal de 2020.

Segundo o cientista político Claudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas, nos últimos anos no Brasil "se consolidou um antipetismo que será um obstáculo para conseguir uma posição de destaque em cidades como São Paulo".

- Sem autocrítica -

Algumas das nove teses que serão submetidas à votação dos delegados do PT reforçam a necessidade de mudanças e uma reorientação de posições e uma nova direção.

Couto, no entanto, vê pouco espaço para um discurso que busca ser ouvido além dos círculos petistas, fortemente ligado à figura de Lula, que representa cerca de um terço do eleitorado.

"Há pessoas no partido que têm uma boa leitura do país, mas quem o controla, não", disse Couto.

"Desde as eleições de 2018, o personalismo [no PT] se fortaleceu", acrescentou.

O próprio Lula rejeitou qualquer perspectiva de autocrítica. "Se alguém quiser fazer uma falsa autocrítica, deixe-o fazer", disse ele na semana passada, referindo-se a reivindicações de outros partidos.

Como prelúdio para o discurso de Lula na noite de sábado, tomarão a palavra o ex-primeiro-ministro governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero e os ex-ministros das Relações Exteriores Jorge Taiana (Argentina) e Celso Amorim (Brasil).


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