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Estado de Minas

Guardiães da Revolução elogiam atuação do exército no Irã pela aparente calma


postado em 21/11/2019 17:31

Os Guardiães da Revolução elogiaram nesta quinta-feira (21) a "rápida" resposta das forças armadas contra os "amotinados" no Irã, onde a internet continua inacessível para a maioria da população apesar de um aparente retorno à calma.

Após vários dias de protestos por todo país pelo anúncio repentino de um forte aumento no preço dos combustíveis, o Estado afirmou nesta quarta ter saído vitorioso de um "complô" no exterior.

Até o momento, as autoridades confirmaram a morte de cinco pessoas, mas a ONU disse que "dezenas" de pessoas morreram nos confrontos.

Segundo os Guardiães da Revolução, o exército de elite da República Islâmica do Irã, "houve pequenos e grandes incidentes em pelo menos cem cidades", que foram sufocados "em menos de 24 horas, e em alguns casos em 72 horas".

Para os Guardiães, "a ação rápida das forças armadas e das forças de ordem" e a prisão dos "principais líderes" contribuiu para "acalmar" a situação.

"Todo criador de problemas, onde quer que esteja no Irã, será identificado e punido", disse o contra-almirante Ali Shamjani, secretário do Supremo Conselho de Segurança Nacional, citado pela agência Mehr.

- "Morte aos revoltosos" -

A televisão pública difundiu nesta quinta "confissões" de uma mulher, apresentada como Fatemeh Davand, acusada de ter sido "uma das líderes dos distúrbios" no noroeste, prática muito denunciada pelas organizações de defesa dos direitos humanos.

A televisão também informou sobre a prisão de um ex-funcionário da embaixada do Irã na Dinamarca, acusado de ter participado no bloqueio de uma das estradas de Teerã.

Como na véspera, a televisão informou que houve manifestações "espontâneas" de apoio às autoridades, ao grito de "Morte aos revoltosos!, Morte aos Estados Unidos!" em várias cidades.

Os distúrbios, em postos de gasolina, delegacias, mesquitas e edifícios públicos foram incendiados ou vandalizados, eclodiram após o anúncio de uma reforma no modo do subsídio da gasolina, pensada para ajudar as classes mais desfavorecidas, que incluía um aumento do preço do combustível.

Os protestos no Irã aconteceram em um momento em que o vizinho Iraque é abalado por uma revolta popular de magnitude inédita para denunciar a corrupção das autoridades, assim como a ingerência de Teerã.

O Irã apoia vários grupos armados no Iraque - entre eles alguns associados de maneira mais ou menos próxima à frágil coalizão governamental - e ajudou o governo iraquiano em sua guerra contra o grupo jihadista Estados Islâmico (EI).

Para Teerã, o protesto no Iraque, assim como nos últimos dias no Irã, é dirigido à República Islâmica por potências estrangeiras hostis: Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita, sua grande rival regional.

- Sem internet -

A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional acusou o governo de ter recorrido excessivamente "à força letal para sufocar as manifestações em sua maioria pacíficas", e estima que "pelo menos 106 manifestantes morreram" em 21 cidades.

A delegação iraniana na ONU afirma se tratar de "números "especulativos e não confiáveis".

A União Europeia pediu "moderação" às forças de segurança iranianas, e a Alemanha condenou nesta quinta-feira as "ações desproporcionais das forças de segurança" e pediu que a suspensão do bloqueio da internet.

Teerã respondeu acusando a UE de ingerência e pediu que a Europa "explique por que não cumpre suas promessas" de ajudar a República Islâmica a driblar as sanções americanas, que jogaram a economia em uma forte recessão.

O presidente americano, Donald Trump, acusou o Irã de bloquear a internet para esconder "a morte e a tragédia" no país. "Querem ZERO transparência, pensando que o mundo não saberá da morte e da tragédia que o regime iraniano está causando", tuitou.

O acesso à internet global continua cortado nesta quinta-feira, embora o deputado reformista Ali Motahari considere que o corte já não é "necessário tendo em conta o regresso a calma no país", segundo a agência Isna.

A ONG Netblocks, que avalia a liberdade de acesso à internet no mundo todo, indicou no Twitter que o acesso à rede no Irã está sendo restabelecida, mas de uma forma ainda muito "parcial".


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