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Estado de Minas

Líderes iranianos comemoram vitória sobre 'conspiração'


postado em 20/11/2019 15:37

O Irã saiu "vitorioso" e unido dos distúrbios dos últimos dias, declarou nesta quarta-feira o presidente Hassan Rouhani, referindo-se a manifestações violentas em todo o país pelo aumento do preço da gasolina, que, segundo ONGs e a ONU, teriam deixado dezenas de mortos.

"Nosso povo saiu vitorioso várias vezes frente à conspiração dos inimigos e, novamente, ante as rebeliões", afirmou Rouhani, enquanto a TV oficial divulgava imagens de manifestações favoráveis ao governo.

Desde a última sexta-feira, o Irã tem sido palco de protestos contra o aumento do preço do combustível, uma reforma com a qual o governo deseja favorecer as classes mais pobres, que receberão dinheiro graças a esta cobrança adicional do Estado, mas que ocorre em um momento ruim, e meio a uma crise financeira.

Autoridades confirmaram a morte de cinco pessoas (quatro policiais e um civil), mas a Anistia Internacional indicou ontem que mais de 100 manifestantes teriam perdido a vida nos protestos, e a ONU teme que haja dezenas de mortes.

A situação permanece sendo difícil de avaliar, devido a um corte quase total da internet no país há quatro dias.

"Os anarquistas que saíram às ruas eram poucos (...) Estavam organizados, armados", segundo Rohani, que apontou como instigadores "as forças reacionárias da região, os sionistas e os americanos".

O presidente se referia às "imensas manifestações populares" favoráveis ao governo, realizadas "espontaneamente" em várias cidades e que constituem "a melhor prova do poder da nação iraniana".

O rei Salman, da Arábia Saudita, pediu ao Irã, seu grande rival regional, que renuncie à sua "ideologia expansionista e destruidora, que prejudica seu próprio povo".

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou ontem que os iranianos "rechaçaram o inimigo na guerra política. As ações recentes eram um problema de segurança, não do povo", assinalou o aiatolá. Os Estados Unidos ofereceram seu apoio aos manifestantes.

- Crise econômica grave -

O Irã, país petroleiro membro da Opep, vive uma crise econômica grave, alimentada pela saída unilateral dos Estados Unidos do acordo sobre o programa nuclear iraniano em 2018 e o restabelecimento de sanções graves.

Dezenas de cidades do Irã, das maiores até as menores, foram afetadas pelos distúrbios e manifestações. Desde segunda-feira, a TV oficial exibe imagens de manifestações favoráveis ao governo em várias cidades, como Gorgan.

"Nos últimos dias, foram vistas grandes concentrações espontâneas", disse Rouhani, que as considera "a maior prova do poder da nação iraniana, bem como de sua união e solidariedade ao conjunto do sistema político."

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos em Genebra, Rupert Colville, disse ontem que ficou "particularmente alarmado com o uso de munição real, que teria provocado numerosas mortes", indicou, falando em "mais de mil prisões".

Já a Anistia Internacional falou em pelo menos 106 manifestantes mortos em 21 cidades "segundo informações confiáveis", mas a organização teme que o balanço seja de até 200 mortos.

O governo francês expressou hoje "profunda preocupação com informações que dão conta da morte de manifestantes".

Apesar da tensão entre Estados Unidos e Irã, a Marinha americana anunciou que o porta-aviões Abraham Lincoln cruzou ontem sem problemas o Estreito de Ormuz pela primeira vez desde 20 de junho, quando o Irã destruiu um drone americano naquela região.


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