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Estado de Minas

Clã Rajapaksa volta ao poder no Sri Lanka


postado em 17/11/2019 11:49

Depois de cinco anos na oposição, o poderoso clã Rajapaksa volta ao poder no Sri Lanka com a eleição presidencial de Gotabaya Rajapaksa, conhecido como "Terminator", que recebeu 52,2% dos votos.

Sete meses depois dos atentados jihadistas do domingo de Páscoa, a ilha do sul da Ásia retomou a relação com a família que governou o país com mão de ferro de 2005 a 2015, sob a presidência de Mahinda Rajapaksa, polêmico irmão de Gotabaya.

De acordo com os resultados divulgados pela Comissão Eleitoral, Gotabaya Rajapaksa, de 70 anos, superou com folga o rival Sajith Premadasa (41,99%). O índice de participação foi de 83,7%.

"Sou consciente de ser também o presidente dos que não votaram em mim", disse Gotabaya Rajapaksa neste domingo, ao agradecer aos partidários.

"Meu dever é estar a serviço de todos os cingaleses, sem distinção de raça ou religião", completou, antes de prometer um governo "justo".

O novo presidente prestará juramento na segunda-feira.

Rajapaksa, conhecido como "Terminator" (referência ao filme "O Exterminador do Futuro"), fez uma campanha nacionalista, com foco na segurança, após os atentados jihadistas que mataram 269 pessoas em 21 de abril.

Homens-bomba de um grupo extremista local detonaram suas cargas em hotéis de luxo e igrejas cristãs, em plena celebração das missas.

O retorno do clã Rajapaksa ao poder preocupa os muçulmanos, particularmente depois dos atentados. O presidente eleito prometeu combater a corrupção e o terrorismo islamita.

Gotabaya Rajapaksa, que foi ministro da Defesa, comandou o exército cingalês que esmagou a rebelião tâmil em 2009, na última ofensiva em que 40.000 civis morreram, de acordo com organizações de defesa dos direitos humanos.

O banho de sangue acabou com 37 anos de guerra civil, que deixou mais 100.000 mortos, e rendeu a Gotabaya Rajapaksa e a seu irmão Mahinda a admiração da maioria étnica cingalesa e o ódio da minoria tâmil, que representa 15% da população.

Rajapaksa foi acusado de comandar durante a presidência do irmão "esquadrões da morte", que sequestraram dezenas de tâmeis, opositores políticos e jornalistas, o que ele sempre negou. Alguns corpos foram jogados nas estradas, enquanto outros nunca foram encontrados.

"Gotabaya Rajapaska comandava um aparelho de segurança bastante mortífero. Quem fazia oposição, desaparecia", declarou à AFP o analista Paikiasothy Saravanamuttu antes da eleição.

O presidente eleito está em liberdade sob fiança em um caso de desvio de centenas de milhares de dólares de recursos públicos, que ele supostamente usou para construir um monumento a seus pais durante a presidência de seu irmão.

Ele também nega as acusações de que recebeu milhões de dólares pela compra de aviões de segunda mão da Ucrânia em 2007.

Um jornalista famoso foi assassinado em 2009 depois de publicar um artigo que acusava Gotabaya de corrupção.

O retorno ao poder do clã também preocupa a Índia e os países ocidentais pela proximidade do clã com a China.

Pequim emprestou bilhões de dólares ao Sri Lanka durante os dois mandatos de Mahinda Rajapaksa para grandes projetos de infraestrutura. O país é muito dependente da China.


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