Jornal Estado de Minas

Guaidó mobiliza partidários tentando voltar as ruas contra Maduro

Milhares de partidários do opositor Juan Guaidó se mobilizaram neste sábado em Caracas, para exigir mais uma vez a saída do poder do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que também reuniu seus apoiadores, diante de supostos planos para realizar um golpe de Estado no país.


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O líder opositor pediu para seus partidários não desistirem e se manterem protestando até o presidente cair.

"Não vamos desmaiar, desfalecer. A Bolívia ficou 18 dias, nós ficamos anos. Está na hora se continuar. A toda Venezuela peço para nos mantermos em protesto", disse Guaidó diante de milhares de seguidores na praça José Martí (leste da cidade).

Com bandeiras da Venezuela e de partidos opositores, milhares manifestantes se concentraram desde de manhã na praça.

O opositor tenta aproveitar a recente renúncia de Evo Morales, na Bolívia, para aumentar a pressão nas ruas.

"Rua sem volta, significa que temos uma agenda de conflito permanente (...), rua sustentada. Aqui a luta é até o fim da usurpação, até conseguir eleições livres", afirmou Guaidó, reforçando seu apelo aos militares: "Estou pedindo que se coloquem ao lado da Constituição".

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez - opositora que substituiu Morales após sua renúncia -, afirmou em uma ligação de vídeo transmitida ao país que deseja que Guaidó "liberte o povo venezuelano".

O dia é crucial para a liderança do parlamentar, que não conseguiu organizar nos últimos meses manifestações grandes como as que acompanharam sua autoproclamação, em janeiro, com o reconhecimento de cerca de 50 países, entre eles Brasil e Estados Unidos.


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A deste sábado parecia longe de reunir as dezenas de milhares de pessoas do começo do ano. Seus 5 mil manifestantes, contudo, formam o maior protesto desde 1 de maio, um dia depois de um levante militar fracassado liderado por Guaidó, que exigia que Maduro interrompesse a "usurpação do poder" para convocar eleições.

"Se não acontecer nada extraordinário, a liderança de Guaidó pode ir para a geladeira", opinou à AFP o cientista político Jesús Castillo-Molleda.

Uma pesquisa da Delphos aponta que 38% dos opositores deseja um novo líder.

Centenas de chavistas de vermelho também se mobilizaram no centro de Caracas em apoio a Maduro e Evo Morares - que o venezuelano afirma que sofreu um golpe na Bolívia.

"Mobilizados e alertas! Hoje, as ruas de Caracas se enchem com a alegria de nosso povo para defender seu direito sagrado à democracia, à liberdade, à convivência e à felicidade. Digamos ao mundo que a Venezuela está de pé e em paz, construindo a pátria socialista", escreveu Maduro no Twitter.

Ele garante que a oposição planeja ações violentas com apoio dos Estados Unidos e a vizinha Colômbia para desestabilizá-lo.