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Estado de Minas VENEZA

Inundação fecha praça


postado em 16/11/2019 04:00

Praça de São Marcos foi interditada no terceiro dia de maré alta (foto: Felippo Montforte/AFP)
Praça de São Marcos foi interditada no terceiro dia de maré alta (foto: Felippo Montforte/AFP)

O prefeito de Veneza determinou ontem o fechamento da Praça de São Marcos em razão de uma nova inundação causada pela maré alta. “Me vejo forçado a fechar a Praça de São Marcos para proteger os cidadãos de riscos sanitários. Um desastre”, declarou o prefeito Luigi Brugnaro.  A previsão é que a água alcance um nível muito perigoso, depois de três dias de inundações que causaram graves danos materiais na cidade e obrigaram as autoridades a declararem estado de emergência.

Veneza segue sofrendo com a maré alta e a situação ainda pode piorar ao longo do dia, com expectativa de que a água alcance a marca de 1,60 metro de altura. O Centro de Previsões de Marés local registrou às 8h15 (5h15 de Brasília), que a inundação alcançou 1,31 metro. Além disso, autoridades alertam para os fortes ventos que estão levando a água para dentro de toda a cidade. Os funcionários da prefeitura retiraram as passarelas que são utilizadas para que se cruze a Praça de São Marcos, porque com a inundação, as estruturas começaram a flutuar, o que poderia colocar as pessoas em risco. O serviço de transporte público está suspenso, e as escolas e creches estão fechadas pelo quarto dia consecutivo.

O governo italiano decretou quinta-feira o estado de emergência em Veneza após as marés altas que causaram danos incalculáveis ao patrimônio artístico e imobiliário de uma das joias arquitetônicas do Velho Continente. “O governo aprovou o estado de emergência de Veneza”, escreveu o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, em um tuíte no qual anunciou um fundo inicial de 20 milhões de euros para as intervenções urgentes. Com essa medida, será possível reativar os serviços públicos e privados até agora quase paralisados após a catástrofe.

Os danos chegam a “centenas de milhões de euros” e o decreto liberará fundos imediatos para indenizar a população. Veneza continua colapsada e se prepara para outros episódios de maré alta, o que levou o governo a decretar o estado de emergência.  Apesar de os 50 mil habitantes do centro histórico terem começado o dia de ontem com as sirenes de alarme que alertam sobre a “acqua alta”, o nível se manteve cerca de 113 centímetros sobre o normal, relativamente menos perigoso.

Os venezianos tentavam se recuperar depois da dramática maré alta da terça-feira à noite, quando chegou a 187 centímetros, segundo recorde histórico após o de 4 de novembro de 1966 (194 centímetros), que inundou 80% da cidade. Uma onda de solidariedade tomou conta da península, com doações e contribuições para ajudar os residentes e proprietários de atividades comerciais a recuperar parte de seus bens perdidos.

A situação ontem na Praça de São Marcos era menos tensa na quinta-feira e alguns turistas até se divertiram passeando com botas altas de plástico, experiência que para muitos será inesquecível. A cidade, alvo de um controverso turismo de massas, recebe 36 milhões de pessoas por ano, 90% deles estrangeiros. “Para um turista, é ótimo, mas para as pessoas que vivem aqui, é um problema real”, comentou Cornelia Litschauer, austríaca, de 28 anos, que passeava com seu chihuahua nos braços em frente à praça coberta por água.

Os venezianos passaram boa parte do dia retirando água e tentando salvar eletrodomésticos, móveis e outros objetos que foram danificados. “Estou vivendo com pouco, que mais posso fazer?”, contou Stefano Gabbanoto, de 54, encarregado da histórica banca de jornal perto do famoso Palácio Ducal, fechado pela maré alta.



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