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Estado de Minas

Manifestantes recebem apoio contundente do líder religioso iraquiano


postado em 15/11/2019 16:13

O Iraque ficará profundamente marcado pelas manifestações pró-reformas e "não voltará a ser o mesmo" - afirmou nesta sexta-feira (15) o aiatolá Ali Sistani, principal líder religioso xiita do país.

As concentrações ganharam impulso após estas declarações em cidades do sul e em Bagdá, onde três manifestantes morreram por disparos de balas reais e por uma granada de gás lacrimogêneo, segundo fontes médicas.

"Se aqueles que estão no poder pensam que podem fugir de uma verdadeira reforma adiando e protelando, estão enganados", declarou Sistani em seu sermão semanal das sextas-feiras, lido por um de seus assistentes.

"O que vem depois destes protestos não será o mesmo de antes, e devem ter consciência disso", acrescentou.

As manifestações começaram em 1º de outubro contra o desemprego e a corrupção e, agora, o movimento reivindica uma mudança do sistema político. Desde o início destes protestos marcados pela violência, mais de 300 pessoas já morreram, manifestantes em sua maioria.

Sistani, de 89 anos, deu um tímido apoio aos manifestantes quando foram às ruas e classificou suas demandas como "legítimas". Nos últimos dias, porém, o aiatolá voltou a reforçar seu apoio, chamando os protestos de uma "maneira honrosa" de pedir mudanças.

"Não se fez nada de destaque até agora" a respeito das reivindicações dos manifestantes, completou.

Esta semana, o aiatolá Sistani se reuniu com a chefe da missão da assistência da ONU no Iraque (Unami), Jeanine Hennis-Plasschaert. Segundo ela, o dignitário é a favor de se avançar em uma saída para a crise, com reformas eleitorais e mudanças na Constituição.

O Parlamento recebeu o projeto de uma nova lei eleitoral, mas ainda não se pronunciou.

O aiatolá Sistani pediu aos deputados que "trabalhem rapidamente para aprovar uma lei eleitoral justa que restauraria a fé do povo no processo eleitoral".

"Apenas o povo pode conceder a legitimidade ao governo (...) Votar uma lei que não oferece ao povo esta possibilidade não seria nem aceitável, nem útil", acrescentou.

Os protestos são os mais intensos em anos no Iraque e significam uma ameaça para o sistema político imposto após a invasão dos Estados Unidos, que derrubou o regime de Saddam Hussein em 2003.

O governo rejeita os protestos e se nega a renunciar. O Iraque tem o apoio do general Qassem Soleimani, o homem forte dos Guardiães da Revolução Iraniana.

Instalado na cidade santa xiita de Nayaf e que nunca aparece em público, Sistani se nega a apoiar o regime iraquiano e adverte sobre perigo da "imposição" de poderes estrangeiros no Iraque.

Uma fonte próxima à liderança xiita explicou à AFP que os delegados iranianos em Teerã tentaram entregar uma carta a Sistani, pedindo-lhe que apoie o governo e convoque os manifestantes a deixarem as ruas.

Sistani "se recusou a responder a carta e sequer os recebeu", completou a fonte.


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