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Estado de Minas

Veneza amanhece assustada com "Acqua alta" histórica


postado em 13/11/2019 09:25

Veneza acordou surpresa nesta quarta-feira depois de uma "Acqua Alta" (maré alta) histórica, que causou danos significativos e as autoridades anunciaram a ocorrência de vários episódios do mesmo tipo nos próximos dias.

"Hoje ainda estamos enfrentando marés recordes. Pedimos ao governo que nos ajude, os custos serão altos", tuitou o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, na manhã desta quarta-feira.

Ele também anunciou que vai pedir a instauração de estado de catástrofe natural.

"A situação é desastrosa, estamos nos preparando para um novo episódio esta manhã", afirmou o governador da região de Veneto, Luca Zaia, entrevistado pelo canal de notícias SkyTJ24, pedindo mais cautela à população.

Uma maré de magnitude excepcional de 1,87 metro atingiu a cidade dos Dogos na terça-feira, surpreendendo os turistas que percorriam as ruas inundadas enquanto um poderoso Sirocco (vento) lançava ondas na Praça São Marcos.

Este é a segunda "Acqua alta" mais importante registrada em Veneza desde 1923, após a de 4 de novembro de 1966 (1,94 metro).

O nível das marés caiu para 1,10 metro na manhã desta quarta, mas outros episódios são anunciados durante o dia e até sexta-feira, à taxa de duas marés por dia, de acordo com o Centro de Marés de Veneza.

A cidade começou a avaliar os danos: a famosa Basílica de São Marcos, inundada por um metro de água e a cripta e a reitoria completamente ficaram cobertas de água na noite anterior.

Segundo o administrador do monumento, Pierpaolo Campostrini, uma inundação como a de terça-feira ocorreu apenas cinco vezes na história da basílica, erguida em 828 e reconstruída após um incêndio em 1063.

O fato mais preocupante é que, entre os cinco incidentes, três ocorreram nos últimos 20 anos, um em 2018.

-Gôndolas à deriva-

Segundo a mídia italiana, o episódio das marés causou a morte de duas pessoas, uma delas uma veneziana de 78 anos, que morreu eletrocutada enquanto tentava acionar bombas elétricas em sua casa inundada.

"Eu moro no segundo andar, mas fui ajudar alguns amigos que moram no térreo e tivemos que levantar uma máquina de lavar", contou Mario, veneziano, à AFP TV.

As imagens transmitidas pelas televisões mostravam nesta quarta dezenas de barcos que tiveram suas amarras rompidas e estavam à deriva.

Muitas gôndolas também foram arrastadas pelas águas e pelos canais.

O serviço de Guarda Costeira emitiu um "aviso de perigo" devido à presença de obstáculos submersos.

A coordenação das inúmeras intervenções - 250 durante a noite com mais de 100 bombeiros mobilizados - é complicada, pois as linhas telefônicas não funcionam.

Um nível de 1,87 m não significa que a cidade de Ducal esteja submersa em quase dois metros de água. A partir desta altura, é preciso tirar o nível médio da cidade, que fica entre 1 metro e 1,30m.

Veneza é regularmente afetada pelo fenômeno "Acqua Alta", picos de maré particularmente pronunciados que causam a submersão de uma parte mais ou menos grande da área urbana insular.

A "Acqua Alta" frequentemente inunda as áreas mais baixas da cidade, incluindo a Praça de São Marcos, e pode ser amplificado pelo Sirocco, como aconteceu na tarde de terça-feira.

Para proteger a cidade da calamidade, que altera cada vez mais seu patrimônio artístico, o projeto MOSE (Moisés em italiano e sigla para Módulo Experimental Eletromecânico) está em construção desde 2003, mas o aumento nos custos e obstáculos encontrados causou inúmeros atrasos.

O projeto consiste na instalação de 78 diques flutuantes, que serão erguidos para fechar a lagoa em caso de alta do Mar Adriático.


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