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Estado de Minas

Muita violência e caos em novo dia de protestos em Hong Kong


postado em 11/11/2019 10:25

Hong Kong viveu nesta segunda-feira um dos dias mais violentos e caóticos em cinco meses de mobilização pró-democracia, com um manifestante ferido a tiros, um homem queimado vivo e o trânsito paralisado em toda a cidade.

Os manifestantes, que multiplicaram as ações para bloquear os transportes no início da semana de trabalho, reagiram rapidamente ao vídeo publicado no Facebook que mostra um policial atirando à queima-roupa contra um homem no bairro de Sai Wan Ho.

Barricadas foram instaladas em vários pontos da megalópole, enquanto manifestantes radicais atacaram estações de metrô e empresas que acusam de ajudar o governo local ou Pequim.

Em outro episódio lamentável, um homem jogou um líquido inflamável em outro homem e ateou fogo em seu corpo após uma briga, em um ataque particularmente violento, que foi gravado e divulgado pelas redes sociais.

O ataque aconteceu no bairro de Ma On Shan, a 20 km do bairro financeiro de Hong Kong, e de acordo com as autoridades a vítima foi internada em estado crítico. Aparentemente, a vítima protestava contra o vandalismo dos manifestantes.

A polícia acuso um manifestante de ser responsável pelo ataque e "agitadores" por outros atos de violência, incluindo o uso de um coquetel molotov contra um trem.

Muitos manifestantes denunciaram novamente o uso excessivo da força por parte da polícia.

"Obstinar-se com este saque apenas agrava uma situação em Hong Kong na qual todos saem perdendo", afirmou o porta-voz da polícia, John Tse.

A ex-colônia britânica vive há cinco meses sua crise política mais grave desde a devolução à China em 1997, com manifestações quase diárias e cada vez mais violentas.

Os manifestantes pareciam particularmente comovidos com o vídeo publicado no Facebook que mostra um policial atirando contra um manifestante com o rosto coberto, na região de Sai Wan Hon.

As imagens mostram um policial tentando controlar fisicamente uma pessoa com uma jaqueta branca em um cruzamento bloqueado pelos manifestantes.

Outro homem, encapuzado, se aproxima e o policial atira. O manifestante cai imediatamente e leva as mãos ao abdome. Ele tenta levantar, mas outros agentes o colocam no chão.

Segundos mais tarde são ouvidos mais tiros e outro policial imobiliza outro manifestantes. Na calçada é possível observar manchas de sangue.

A polícia informou que uma pessoa foi atingida por um tiro e fontes médicas afirmaram que um homem de 21 anos foi internado com um ferimento de bala.

Apesar das manifestações e ações quase diárias desde junho, cada vez mais violentas, tanto o Executivo local como o governo chinês se negam a fazer concessões aos manifestantes, que exigem reformas políticas e uma investigação sobre o comportamento policial.

Os tiros na área de Sai Wan Ho complicaram ainda mais uma situação já explosiva.

A tensão aumentou ainda mais depois da morte de um homem de 22 anos, Alex Chow, que caiu de um estacionamento de vários andares durante os confrontos na área de Tseung Kwan O.

Desde a morte de Chow as manifestações reuniram dezenas de milhares de pessoas todos os dias e uma convocação de greve geral foi anunciada para esta segunda-feira.

As circunstâncias da morte de Chow permanecem indeterminadas, mas ele foi o primeiro estudante a falecer desde o início das manifestações na ex-colônia britânica.

Nesta segunda-feira vários bairros foram bloqueados. Os manifestantes atacaram estações de metrô e instalaram barricadas em alguns cruzamentos.

Os protestos paralisaram o trânsito em vários distritos, um cenário de caos que impediu o deslocamento de muitas pessoas até o trabalho.

Sem uma solução política para a crise em Hong Kong, a gestão da explosiva situação parece ter recaído à polícia, que a cada dia gera mais repúdio e revolta dos moradores do território.

Nesta segunda-feira, manifestantes gritaram a palavra "assassinos" para policiais, que responderam com gás lacrimogêneo e balas de borracha em diversos bairros.

A polícia afirma que precisa usar a força em consequência da ação de segmentos radicais dos manifestantes.

A chefe do Executivo local, Carrie Lam, se negou a permitir uma investigação independente sobre a atuação policial, um pedido essencial dos manifestantes.

Lam afirma que a polícia tem um organismo de supervisão responsável por investigar as queixas.


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