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Estado de Minas

Mórmons iniciam funerais para se despedir de vítimas de ataque no México


postado em 07/11/2019 17:55

Familiares começaram a enterrar, nesta quinta-feira, nove mulheres e crianças mórmons assassinados em uma emboscada de matadores no norte de México, em um ambiente de dor e muita tensão pelos cartéis do narcotráfico.

Entre coroas de flores e uma imensa tristeza, familiares e amigos deram o último adeus às vítimas das famílias LeBarón e Langford, três mulheres e seis crianças que perderam a vida nesta segunda em um cruel ataque quando viajavam por uma estrada rural entre os estados de Sonora e Chihuahua, ao lado dos Estados Unidos.

Os visitantes chegaram de lugares muito distantes, como Utah e Dakota do Norte, nos Estados Unidos, visivelmente sofridos de seus seres queridos serem assassinados, supostamente pelos integrantes do cartel do narcotráfico La Línea.

"Viemos honrar sua memória, tentar entender o que está acontecendo. É responsabilidade da autoridade investigar e nos dizer o que aconteceu. (...) É um ato de terrorismo para todos os mexicanos", disse Alex LeBarón, que encabeçava a caravana.

Segundo as autoridades mexicanas, as vítimas teriam sido confundidas com um grupo rival do cartel La Línea, mas os familiares - que lutaram contra os grupos criminosos que se apoderaram da zona - insistem que se tratou de um ataque deliberado.

Caixões de madeira construídos por homens desta comunidade mórmon de origem americana - assentada nessa zona do norte do México com pradarias áridas e montanhas cobertas de pinheiros - guardavam os restos das vítimas de um fato que causou indignação no México e no exterior.

A família Langford foi a primeira a prestar homenagens aos seus mortos: Rhonita Miller, de 30 anos, e seus filhos, Howard Jr, de 12; Krystal, de 10; e os gêmeos Titus e Tiana, de oito meses.

Fotografias dos Miller foram colocadas sobre os ataúdes, diante de pessoas chorando inconsoláveis e ainda atônitos pela crueldade do ataque.

- Luto binacional -

Também foram velados Dawna Langford, de 43 anos, e seus dois filhos Trevor, de 11, e Rogan, de 2, e a terceira mulher, Christina Langford, de 31.

Espera-se que na sexta-feira os restos de Rhonita e seus gêmeos sejam levados a LeBarón, no município de Galeana, Chihuahua (norte), para ser sepultados.

Dezenas de integrantes da comunidade LeBarón, provenientes de diversas partes dos Estados Unidos, tinham chegado na quarta-feira a Sonora para participar nos funerais.

As estradas de terra que levavam a Rancho La Mora, e que eram percorridas pela caravana de carros para os funerais, eram fortemente vigiadas pelas Forças Armadas mexicanas.

As famílias LeBarón e Langford pertencem a uma comunidade mórmon que vive em Chihuahua há mais de um século, para onde se mudaram após serem perseguidas nos Estados Unidos por suas tradições, especialmente a poligamia.

- Onda de violência -

Até agora, a principal hipótese do governo mexicano é que o crime teria sido resultado de um confronto entre grupos de traficantes antagônicos.

As autoridades mexicanas creditam o ataque aos membros de La Línea, cujos assassinos entraram no território do cartel de Sinaloa e estabeleceram um posto avançado armado em uma colina perto de La Mora.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, reiterou na quinta-feira que seu governo não enfrentará os problemas segurança com a violência e que manterá seu plano de chegar à raiz do problema - pobreza e desigualdade, segundo ele - sem o uso de força.

"Ultimamente temos enfrentado situações difíceis, mas isso não vai nos desviar. Pelo contrário, em crises, mesmo que sejam transitórias, as posições são mais definidas", disse o presidente de esquerda em sua habitual coletiva matinal.


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