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Estado de Minas

Opositor boliviano chega a Laz Paz para desafiar Morales


postado em 06/11/2019 21:25

O líder opositor regional boliviano Luis Fernando Camacho voltou nesta quarta-feira a La Paz para desafiar novamente o presidente Evo Morales com a entrega de uma carta de renúncia para que assine.

O avião de Camacho, procedente de Santa Cruz, pousou às 19H00 local (20H00 Brasília) no aeroporto internacional de El Alto, de onde o líder opositor seguirá para a Casa de Governo, em La Paz.

Pouco antes, em outro voo, chegaram de Santa Cruz para acompanhar Camacho o ex-presidente boliviano Jorge "Tuto" Quiroga (2001-2002) e Gustavo Pedraza, candidato à vice-presidência nas eleições de 20 de outubro na chapa do ex-presidente Carlos Mesa (2003-2005).

Mesa recebeu Quiroga e Pedraza no aeroporto.

Camacho, um advogado de 40 anos, se tornou o rosto mais visível da oposição depois das eleições, embora não tenha sido candidato à presidência, ofuscando o ex-presidente centrista Carlos Mesa (2003-2005), segundo na votação.

O líder cívico tentou na terça-feira chegar a La Paz para ir ao palácio de governo, mas não conseguiu sequer sair do aeroporto, cercado por manifestantes pró-governo.

La Paz estava com bloqueios nas ruas da zona sul, onde vive a classe média alta, assim como em vias do centro, como a Avenida Camacho, a poucas quadras da sede de governo, na terceira semana de protestos contra a questionada reeleição de Morales nas eleições de 20 de outubro.

O presidente liderou nesta quarta-feira, no Lago Titicaca, o ato de 193º aniversário da Marinha boliviana, onde declarou que os militares devem "prestar serviço ao povo boliviano".

"As Forças Armadas sempre têm que garantir a soberania do povo boliviano, à margem do papel constitucional de garantir o território nacional", declarou Morales, em uma aparente resposta a Camacho, que no sábado pediu aos militares que fiquem do lado da oposição nessa crise política.

Os militares se mantiveram à margem da controvérsia eleitoral.

Morales, primeiro governante indígena da Bolívia, convocou seus apoiadores para defender a democracia e o resultado eleitoral, que está sob auditoria de uma missão da Organização de Estados Americanos (OEA).

- Protestos e confrontos -

Os opositores mantiveram a pressão nesta quarta-feira, e ao menos 20 pessoas ficaram feridas em confrontos na cidade de Cochabamba, informou a Defensoria do Povo.

"Temos 20 pessoas feridas, muitas gravemente", disse a defensora Nadia Cruz, acrescentando que a violência na cidade "atingiu um dos picos mais altos".

Os dois grupos se enfrentaram com paus, pedras e rojões, e alguns estudantes utilizaram uma espécie de bazuca artesanal.

O canal de TV Unitel mostrou estudantes com escudos de metal para se proteger dos objetos lançados.

Em meio aos confrontos, a sede da prefeitura da vizinha cidade de Vinto, controlada pelo governista MAS, foi incendiada.

A prefeita de Vinto, Patricia Arce, foi humilhada publicamente pela multidão por transportar camponeses pró-Morales para confrontar os manifestantes.

Arce teve o cabelo cortado, foi pintada de rosa e obrigada a andar descalça por vários quarteirões em meios aos gritos de "assassina! assassina!". A prefeita foi resgatada pela polícia horas depois.

Sindicatos de camponeses realizaram uma marcha para restabelecer o tráfego em estradas bloqueadas há dias em Cochabamba, e houve confronto com universitários opositores na Praça Bush e em outras zonas da cidade.

Também ocorreram protestos nesta quarta-feira nas cidades de Santa Cruz (leste), Sucre (sudeste), Tarija (sul) e Potosí (oeste).

Em quase todas estas cidades os opositores fecharam as repartições públicas e os escritórios das empresas estatais, como a Entel (telecomunicações), a YPFB (petroleira) e a BOA (aérea).

Os opositores exigem a realização de novas eleições e a renúncia de Evo Morales e de todas as autoridades eleitorais.

A Agência Nacional de Hidrocarbonetos advertiu para um possível desabastecimento de gasolina caso persistam os bloqueios de estrada.


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