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Estado de Minas

Diplomata dos EUA admite ter condicionado ajuda à Ucrânia à investigação sobre Biden


postado em 05/11/2019 22:13

O embaixador dos Estados Unidos na União Europeia, Gordon Sondland, admitiu nesta terça-feira (5) durante um depoimento ao Congresso ter condicionado a ajuda militar à Ucrânia em troca da abertura de uma investigação sobre Joe Biden, um dos adversários democratas do presidente Donald Trump.

Numa das evidências mais incriminatórias contra Trump até o momento, Sondland afirmou que disse a uma autoridade ucraniana que a ajuda militar dos Estados Unidos não seria entregue até que Kiev garantisse publicamente que investigaria a relação de Biden e seu filho com a empresa de energia Burisma.

Sondland, em um depoimento que invalidou uma versão anterior em que negou todos os fatos, admitiu que propôs o "quid pro quo" (do latim, "algo em troca de algo") supostamente ilegal e repetidamente negado por Trump, em conversa, em 1º de setembro, com Andrey Yermak, consultor sênior do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

Ao depor em 17 de outubro a parlamentares responsáveis pelo processo de impeachment de Trump, o embaixador disse que falou para Yermak que "a retomada da ajuda americana provavelmente não ocorreria até que a Ucrânia fornecesse o relatório anticorrupção "que eles discutiam há semanas".

Segundo a transcrição, o diplomata afirmou que este foi o ponto culminante de meses de pressão em Kiev, principalmente através do advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, para abrir investigações "anticorrupção" contra Biden e seu filho Hunter, que fazia parte do conselho executivo da empresa ucraniana entre 2014 e 2019.

O embaixador na União Europeia, nomeado por Trump após doar um milhão de dólares para sua posse, estava plenamente ciente da relação entre os 391 milhões de dólares em apoio militar dos EUA e a ajuda da Ucrânia a Trump, visando sua reeleição no próximo ano.

- Democratas fundamentam ação -

Sondland também admitiu para os legisladores que entendeu que a ligação entre a investigação e a ajuda militar era "imprópria".

Questionado sobre a ilegalidade da iniciativa de Trump, o embaixador respondeu: "Não sou advogado, mas presumo que sim".

A Casa Branca negou várias vezes qualquer vínculo entre a ajuda à Ucrânia e os pedidos de Trump, apesar das evidências da transcrição da ligação telefônica de 25 de julho entre o presidente americano e Zelenski.

O depoimento de Sondland e o de Kurt Volker, um emissário especial dos EUA para a Ucrânia, parecem fortalecer a acusação dos democratas de que Trump abusou de seu poder ao solicitar ajuda externa para favorecer sua campanha de reeleição e que ele deveria ter o mandato cassado.

O procedimento adquiriu uma nova dimensão com a aprovação, em 31 de outubro, de uma resolução autorizando audiências públicas de funcionários.

A nova fase pública marca um grande impulso na investigação para uma possível votação contra Trump na Câmara.

Se a Câmara dos Deputados - onde os democratas têm maioria - votar a favor de sua destituição, Trump será submetido a um julgamento no Senado, de maioria republicana.

A Casa Branca informou que os testemunhos não oferecem evidências da "farsa da investigação", que ele também descreveu como "ilegítima".


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