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Estado de Minas

Opositor promete voltar a La Paz para pedir renúncia de Evo Morales


postado em 05/11/2019 16:07

O líder opositor boliviano Luis Fernando Camacho anunciou nesta terça-feira (5) que voltará a La Paz amanhã, e sempre que for necessário, para entregar ao presidente Evo Morales uma carta de renúncia para que a assine, ao voltar ao seu reduto, Santa Cruz, depois de falhar em sua primeira tentativa.

"No dia de amanhã (quarta-feira), às duas e meia da tarde, retorno à cidade de La Paz e assim será todos os dias, até que eu entre no palácio de governo" para entregar a Morales a carta de renúncia, disse Camacho em sua chegada a Santa Cruz, a cidade mais rica da Bolívia e reduto opositor.

A frustrada visita de Camacho a La Paz nesta terça foi a ação mais desafiadora da oposição boliviana para conseguir a renúncia do presidente esquerdista indígena, que acusam de ter fraudado as eleições de 20 de outubro.

Depois de afirmar em tom de desafio durante um comício que entregaria pessoalmente a Morales a carta de renúncia para que o presidente a assinasse, Camacho chegou ao aeroporto El Alto, em La Paz, mas foi impedido de sair por manifestantes favoráveis ao governo.

Camacho garante que, se for novamente impedido na quarta-feira, ele voltará a repetir a tentativa até conseguir seu objetivo.

No poder desde 2006, Morales não comentou publicamente as ações de Camacho, mas pediu aos seguidores que defendam sua reeleição e denunciou planos de golpe da oposição.

Desde que os protestos começaram, no dia seguinte ao da votação, foram registrados dois mortos e cerca de 140 feridos, segundo a Defensoria Pública.

Camacho, um advogado de 40 anos, é o presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz e se tornou o rosto mais visível da oposição boliviana depois das eleições, embora não tenha sido candidato à Presidência, ofuscando o ex-presidente Carlos Mesa, segundo colocado na votação.

No Twitter, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu que as autoridades bolivianas garantam a liberdade de movimento e a circulação de Camacho. Desde a semana passada, o organismo regional realiza uma auditoria do processo eleitoral.

- Denúncia na OEA -

Em Washington, durante uma sessão extraordinária da OEA na segunda-feira, o chanceler da Bolívia, Diego Pary, denunciou um golpe de Estado em curso em seu país, promovido pela oposição.

"A agressão seletiva aos cidadãos e às forças de segurança, o apelo para que as Forças Armadas e a Polícia Nacional se rebelem e, finalmente, a convocação ao presidente Evo Morales para deixar o governo em 48 horas são claras evidências de que há um golpe de Estado a caminho que pretende fazer ruir a vida democrática da Bolívia por meio do caos e do enfrentamento", disse Pary.

No comício de segunda-feira em Santa Cruz, Camacho declarou a milhares de simpatizantes: "Eu vou levar pessoalmente esta carta à cidade de La Paz para que Morales a assine".

"Eu lhes garanto que Deus vai me trazer com esta carta assinada", disse o líder do Comitê Cívico de Santa Cruz.

No sábado, Camacho deu um ultimato de 48 horas ao presidente para que renuncie e pediu a intervenção das Forças Armadas na crise política. O prazo acabou na segunda-feira à noite sem nenhum efeito sobre Morales.

Camacho também pediu à população que "paralise" todas as repartições públicas da região de Santa Cruz. O país entrou na terceira semana de protestos pelas eleições.

A missão da OEA pediu aos bolivianos que entreguem qualquer "informação ou documentação" que possa ajudar a esclarecer as dúvidas sobre a eleição.

"A equipe técnica da Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos abre canais para receber informação e documentação relativa às eleições de 20 de outubro e os acontecimentos pós-eleitorais", completou a missão.

A oposição boliviana não aceita a auditoria da OEA, que considera uma "manobra diversionista para manter Morales no poder".

Iniciados um dia após a votação, os protestos deixaram dois mortos e 140 feridos.

Os opositores afirmam que Morales está determinado a permanecer no poder a qualquer custo. Ressaltam que o presidente não aceitou o resultado do referendo de 2016, no qual os bolivianos rejeitaram a possibilidade de reeleição de modo indeterminado. Uma decisão polêmica de 2017 de um tribunal constitucional permitiu uma nova candidatura.


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