A Justiça turca determinou nesta segunda-feira (4) a libertação de dois intelectuais, uma mulher e um homem conhecidos no país, cuja condenação à prisão perpétua estava relacionada um fracassado golpe de Estado de 2016 causou comoção no país.
Os escritores e jornalistas Ahmet Altan, de 69 anos, e Nazli Ilicak, de 74, saíram da prisão nesta segunda, constataram os correspondentes da AFP.
A deixar a prisão para mulheres de Bakirkoy, em Istambul, Ilicak não conteve as lágrimas e foi recebida entre abraços pro pessoas próximas.
Ahmet Altan foi libertado num posto de gasolina perto da prisão de Silivri, nas redondezas de Istambul, onde era aguardado por familiares.
"Desde o início, não há nada. Não há prova única. Como esse crime seria possível e por que que alguém queria que eu cometesse uma coisa dessas?", disse Altan à imprensa.
Os dois intelectuais, condenados em 2018 à prisão perpétua por participação no golpe, viram alterada sua condenação em julho passado a penas respectivas de prisão de dez anos e meio e oito anos e nove meses por assistência a uma organização terrorista.
Para as ONGs, o caso de Altan e Ilicak é característico da deterioração dos direitos humanos na Turquia após o golpe de Estado frustrado de 2016 contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, que iniciou expurgos maciços que afetaram diretamente a imprensa e os círculos intelectuais.
Altan e Ilicak foram detidos nos meses que se seguiram ao golpe e já passaram mais de três anos atrás das grades.
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