Um indígena do grupo "Guardiães da selva" morreu, e outro ficou ferido, em uma emboscada de madeireiros no Maranhão - informou o governo neste sábado (2).
"Os guardiães Paulino e Laércio tinham se afastado da aldeia para buscar água, quando foram cercados por pelo menos cinco homens armados", informou a Secretaria estadual de Direitos Humanos.
Segundo o governo, um madeireiro está desaparecido. Versões extraoficiais afirmam que ele morreu na emboscada.
O ataque aconteceu na sexta à noite na terra indígena Arariboia, a cerca de 500 quilômetros de São Luís, acrescentou a Secretaria.
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou que o homicídio será investigado.
"A Polícia Federal irá apurar o assassinato do líder indígena Paulo Paulino Guajajara na terra indígena de Arariboia, no Maranhão. Não pouparemos esforços para levar os responsáveis por este crime grave à Justiça", tuitou Moro.
Sua assessoria informou que uma equipe policial se prepara para ir à região.
"Paulino e Laércio são as mais recentes vítimas de um Estado que se recusa a cumprir o que determina a Constituição Federal", denuncia a ONG Greenpeace, em uma nota de pesar.
"Repudiamos toda a violência gerada pela incapacidade do Estado em cumprir seu dever de proteger este e todos os territórios indígenas do Brasil e exigimos que sejam tomadas imediatas ações para evitar a ocorrência de mais conflitos e mortes na região", acrescentou a organização.
O Maranhão é palco frequente de confrontos por terras. Nos últimos anos, os indígenas guajajara criaram o grupo "Guardiães da selva" para proteger seus territórios.
"É hora de dar um basta nesse genocídio institucionalizado! Parem de autorizar o derramamento de sangue do nosso povo!", tuitou, depois do crime, a coordenadora da Associação de Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara.
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