Assembleias populares nas cidades bolivianas de La Paz e Santa Cruz rejeitaram nesta quinta-feira a auditoria das eleições presidenciais, iniciada pela OEA, e exigiram uma nova votação após a polêmica reeleição do presidente Evo Morales.
Estas assembleias, com a participação de milhares de pessoas, também decidiram manter os protestos nas ruas, greves e bloqueios de estradas, até que haja novas eleições.
O comitê de Santa Cruz também pediu a renúncia imediata de Morales e do vice-presidente, Álvaro García.
As assembleias defenderam "outras eleições sem Evo Morales", rejeitando um segundo turno e a auditoria da OEA, iniciada nesta quinta-feira, por considerá-las "uma manobra diversionista para manter Morales no poder".
A assembleia popular de La Paz declarou ainda sua "independência" política da candidatura de Carlos Mesa, adversário de Morales, que também rejeita a auditoria da OEA
A revisão do resultado, por uma equipe de 30 técnicos, foi acordada entre o governo e o secretário-geral da OEA, Luis Almagro.
A auditoria começou em meio a protestos e confrontos nas ruas entre simpatizantes do governo e opositores, que começaram no dia seguinte à realização do pleito e deixaram dois mortos a tiros e cerca de 140 feridos.
O trabalho de recontagem dos votos realizado pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) está no centro da polêmica, depois de ter usado dois sistemas tecnológicos que apresentaram - segundo afirmam os críticos e opositores - contradições.
O primeiro é o chamado TREP, de contagem rápida, que apontou um segundo turno entre Morales e Mesa, e o segundo, do cômputo geral oficial definitivo, que deu Morales como vencedor no primeiro turno com 47,08 dos votos, contra Mesa com 36,51%.