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Estado de Minas

Começam debates eleitorais no Parlamento britânico


postado em 30/10/2019 18:55

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, defendeu seu programa com vigor, diante dos ataques da oposição nesta quarta-feira (30), nos primeiros debates eleitorais no Parlamento após a aprovação de eleições para 12 de dezembro para retirar o Brexit do bloqueio.

Durante uma sessão que mostrou como será a campanha a partir de agora até as eleições, o líder conservador foi questionado com virulência sobre as dificuldades do sistema de saúde pelo líder trabalhista Jeremy Corbyn.

Johnson prometeu "investir maciçamente" no serviço público de saúde (NHS), assim como em educação, infraestrutura e polícia, e previu "um futuro mais radiante" para o Reino Unido, na última sessão de perguntas ao chefe de Governo antes da dissolução da Câmara dos Comuns.

"A única maneira de criar um ótimo Brexit é votar neste partido e neste governo", disse o primeiro-ministro.

Após três votações contrárias, os deputados aprovaram na terça-feira (29), por ampla maioria, a organização de eleições em 12 de dezembro para tentar solucionar a complexa questão do Brexit, que divide o país desde o referendo de 2016.

"É hora de o país se unir, aplicar o Brexit e avançar", disse Boris Johnson a um grupo de políticos conservadores. "Serão eleições difíceis, e vamos fazer o melhor possível", acrescentou.

O premiê aspira a conquistar a maioria absoluta no Parlamento, que seu atual governo não tem, e se apresenta como o grande defensor do Brexit.

Em caso de ampla vitória, Johnson terá o caminho livre para aprovar o acordo de divórcio negociado com a União Europeia (UE) - cuja ratificação fracassou no Parlamento - e cumprir a promessa de retirar o Reino Unido do bloco.

Apesar de sua promessa de aplicar o Brexit "aconteça o que acontecer" em 31 de outubro, o primeiro-ministro foi obrigado a solicitar um novo adiamento de três meses aos europeus.

"Foi o Parlamento que impediu a aplicação do Brexit", denunciou o ministro da Saúde, Matt Hancock, em entrevista à rede BBC nesta quarta-feira.

Boris Johnson lidera as pesquisas, com dez pontos de vantagem, mas as eleições representam um risco. Muitos "tories" ainda recordam quando, em 2017, a ex-primeira-ministra Theresa May era favorita, mas os conservadores perderam cadeiras.

Johnson pode perder votos entre a ala mais pró-UE de seu eleitorado, assim como no setor que deseja um Brexit duro, que poderia optar pelo novo partido de Nigel Farage.

"O bloqueio no Parlamento finalmente acabou. O Brexit agora tem uma chance de sucesso", escreveu Farage no Twitter.

O professor John Curtice, da Universidade escocesa de Strathclyde, resume: "São eleições com duas opções, Johnson sim, ou Johnson não".

Os trabalhistas, principal partido de oposição, querem vencer para negociar um novo acordo com a UE e submetê-lo a um referendo. Em caso de rejeição, o Brexit seria anulado.

O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, prometeu uma campanha "ambiciosa e radical para buscar uma mudança real" e é apresentado como defensor dos serviços públicos.

"Creio que teremos um governo majoritário antes do Natal. Não consigo pensar em um presente de Natal melhor", disse o economista trabalhista John McDonnell à BBC.

O partido separatista escocês SNP, pró-UE, também deseja um novo referendo e espera retomar o debate da questão da independência da Escócia.

Em um bom momento nas pesquisas, o Partido Liberal-Democrata (Lib-Dem) promete anular diretamente o Brexit.

"Creio que a escolha que nos oferecem entre Boris Johnson e Jeremy Corbyn é insuficiente. Nenhum desses homens está em condições de governar o país", disse à BBC o líder do Lib-Dem, Jo Swinson, que espera ser primeiro-ministro.

As eleições gerais, que em tese deveriam acontecer apenas em 2022, serão as terceiras em apenas quatro anos, após a votação antecipada de 2017. Esta última também foi provocada pelo Brexit, dois anos depois das eleições de 2015.

O projeto a favor de novas eleições ganhou nesta quarta o aval da Câmara dos Lordes. Portanto, o Parlamento deve ser dissolvido em 6 de novembro, uma vez que a rainha dê seu consentimento, uma formalidade.


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