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Estado de Minas

Investigação contra Trump avança no Congresso antes de votação sobre julgamento


postado em 30/10/2019 18:19

A investigação no Congresso dos Estados Unidos para levar a um julgamento político do presidente Donald Trump avançava a todo vapor nesta quarta-feira (30), com novos testemunhos, às vésperas de uma primeira votação sobre o explosivo processo de impeachment.

Decididos mais do que nunca a avançar rapidamente em sua investigação contra o presidente republicano, os congressistas democratas sabatinam hoje três diplomatas sobre a política americana na Ucrânia, país no centro da polêmica.

Como aconteceu em outros casos, a Casa Branca pode ter ordenado aos membros do Executivo que não respondam às convocações dos congressistas. Os testemunhos têm sido realizados a portas fechadas na Câmara de Representantes.

Cinco semanas depois de decidir embarcar no perigoso caminho do julgamento político, os democratas, que controlam a Câmara, já interrogaram dez funcionários do alto escalão, incluindo embaixadores e assessores da Casa Branca.

Hoje, estão programados os depoimentos de dois diplomatas especializados na Ucrânia. Também se deve aproveitar uma audiência de confirmação no Senado do número dois do Departamento de Estado, John Sullivan, indicado por Trump como embaixador em Moscou, para lhe fazer perguntas ligadas ao caso ucraniano.

O objetivo dos legisladores é determinar se Trump abusou de seus poderes para obrigar Kiev a fornecer informação comprometedora sobre o ex-vice-presidente democrata Joe Biden, potencial rival do presidente nas eleições presidenciais de 2020.

"Aprendemos muito sobre a campanha de vários meses de Trump para pressionar a Ucrânia", tuitou a líder da Câmara, a democrata Nancy Pelosi.

Os democratas "não fazem nada" e "não adotam nenhuma lei", porque estão "obcecados com a acusação de julgamento político", rebateu Trump.

- A ordem do presidente -

Os dez funcionários que testemunharam levaram detalhes sobre os esforços mobilizados por meses pelo entorno do presidente, começando por seu advogado pessoal Rudy Giuliani, para conseguir que Kiev investigasse supostos atos de corrupção de Biden e de seu filho Hunter, que integrava o conselho diretor da Burisma, uma companhia de gás ucraniana.

Segundo os democratas, estes esforços estabeleceram as "bases" para um telefonema de Trump para seu colega ucraniano, Volodimir Zelenski, em 25 de julho, no qual lhe pediu que "investigasse" Biden.

A ajuda militar americana à Ucrânia, que está lutando contra separatistas apoiados pela Rússia, havia sido bloqueada no início do mês, e os democratas querem saber se o presidente usou isso como um meio de pressão.

A ordem de congelar esta ajuda "foi dada pelo presidente", disse nesta quarta na Câmara Catherine Croft, uma especialista em Ucrânia do Departamento de Estado.

No comitê do Senado, o subsecretário de Estado Sullivan admitiu estar consciente de que Giuliani fazia uma "campanha" contra a embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, afastada por Washington antes do fim de sua missão.

- "Farsa" -

Outro funcionário do Departamento de Estado, Christopher Anderson, deve tratar dos "contínuos telefonemas de Giuliani para abrir investigações por corrupção" na Ucrânia.

Anderson, que trabalhou com Croft junto ao ex-enviado especial americano para a Ucrânia, Kurt Volker, deve expor aos congressistas o que os diplomatas discutiram, destacando "a importância de não pedir nenhuma investigação específica".

Quando Trump pediu a Zelenski que investigasse Biden, vários assessores se alarmaram. Um agente dos serviços de Inteligência informou seus superiores sobre o que estava acontecendo.

O relato desse informante fez os democratas iniciarem o processo de julgamento político em 24 de setembro. Pela primeira vez desde então, nesta quinta, dia 31, votarão para dar um âmbito formal a sua investigação.

O que será votado é uma resolução para autorizar audiências públicas e dar a Trump os meios para participar do processo, desde que coopere com a investigação. Trump continua criticando a realização de audiências a portas fechadas. Segundo ele, esse procedimento viola seu direito de se defender.

A votação de amanhã medirá as forças na Câmara de Representantes, que também deverá votar uma acusação contra o presidente. Se for aprovada, o Senado ficará responsável por julgá-lo. Como os republicanos dominam a Casa, o impeachment parece pouco provável.


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