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Estado de Minas

Idoso que atacou mesquita na França queria vingar incêndio em Notre Dame


postado em 29/10/2019 16:19

O homem de 84 anos que admitiu ser o autor do ataque a uma mesquita na França queria "vingar a destruição" da catedral de Notre Dame, cuja autoria do incêndio ele atribuiu aos muçulmanos, informou nesta terça-feira (29) o gabinete do promotor que investiga o caso.

O agressor, identificado como Claude Sinké, um ex-candidato da extrema-direita a cargos locais, tentou na tarde de segunda-feira incendiar uma mesquita na cidade Bayonne, no sudoeste do país, e fez disparos contra dois homens, de 74 e 78 anos, que o flagraram durante o ataque.

Os feridos, ambos em estado grave, foram hospitalizados e encontram-se em condição estável, de acordo com informações oficiais divulgadas nesta terça.

Segundo o promotor Marc Mariée, Sinké disse durante o interrogatório que "queria vingar a destruição da catedral de Paris", que na sua opinião teria sido causada pelos muçulmanos.

Em abril passado, a catedral de Notre Dame sofreu sérios danos em um incêndio que, segundo os investigadores, foi acidental.

"Todo o seu depoimento traz à tona seu estado de saúde mental e por isso foi levado a um psiquiatra para determinar sua responsabilidade civil", disse o promotor.

O idoso, que admitiu que queria incendiar a mesquita, afirmou que não pretendia matar ninguém, acrescentando que "foi ao templo várias vezes para ter certeza de agir num momento de pouco movimento", disse Mariée.

- Transtornos psicológicos -

Claude Sinké havia se candidatado pelo partido de extrema-direita Frente Nacional (agora Agrupamento Nacional) às eleições regionais de 2015, mas desde então se distanciou do partido.

Mike Bresson, vice-prefeito da cidade natal de Sinké, Saint-Martin-de-Seignanx, disse que ele era conhecido entre seus vizinhos por seus "excessos verbais".

"Dava a impressão de ser alguém com distúrbios psicológicos. Ele não gostava de pessoas da esquerda ou do centro, e poucos da direita", contou à AFP.

Segundo o jornal local Sud-Ouest, na semana passada Sinké enviou uma carta exaltada às autoridades e promotores de Bayonne, para apresentar denúncias contra o presidente Emmanuel Macron.

A publicação, que recebeu uma cópia da carta, não a divulgou porque continha declarações "discriminatórias, xenófobas e difamatórias".

Sinké atacou a mesquita na segunda-feira enquanto os dois homens a preparavam para as orações da tarde.

O agressor "se aproximou do prédio num carro e lançou um artefato incendiário contra a porta lateral da mesquita", relatou o prefeito de Bayonne, Jean-Rene Etchegaray.

"As duas pessoas saíram, e ele fez os disparos, atingindo uma no pescoço e a outra no tórax e no braço. Em seguida fugiu".

O autor do ataque foi detido em casa graças a testemunhas que anotaram a placa de seu carro. Uma fonte próxima à investigação disse que Sinké admitiu ser o autor dos disparados.

Na segunda-feira, numa postagem no Twitter, Emmanuel Macron condenou este "ataque atroz". "A República nunca tolerará o ódio", escreveu o presidente.

"Será feito tudo que for possível para punir os autores e proteger nossos compatriotas muçulmanos. Me comprometo com isso", afirmou o presidente.


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