(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Colômbia elege autoridades locais sob sombra da violência eleitoral


postado em 27/10/2019 12:37

Os colombianos começaram a escolher suas autoridades locais neste domingo, após uma campanha com múltiplos episódios de violência, sem os partidos tradicionais como protagonistas e com a ex-guerrilha das Farc competindo pela segunda vez em democracia.

Em Bogotá, a votação pode determinar uma histórica vitória da primeira mulher prefeita, que também é lésbica e símbolo da luta anticorrupção.

O processo eleitoral - que ocorrerá até as 16h locais (18h de Brasília) - é um dos mais complexos devido ao alto número de candidatos e às ameaças à segurança em alguns territórios onde grupos armados financiados pelo narcotráfico ou pela mineração ilegal operam.

Desde 27 de julho, quando o prazo de inscrição para a campanha expirou, sete candidatos foram mortos, 88 receberam ameaças, 12 sofreram ataques e um foi sequestrado, de acordo com a Missão de Observação Eleitoral (MOE), independente.

A corrupção - expressa na falta de transparência no financiamento de campanhas, na compra de votos ou na interferência indevida de funcionários - também é apontada pelos analistas como um dos destaques dessas eleições, nas quais 32 governadores, pouco mais de 1.100 prefeitos e milhares de deputados estaduais e vereadores serão eleitos.

Com cerca de 117.000 aspirantes aos cargos, essa "é a eleição regional com mais candidatos na história do nosso país", observou o presidente Iván Duque no início do dia.

O governo, além de mobilizar as Forças Armadas, permitiu que uma plataforma eletrônica rastreie as denúncias em tempo real para "garantir maior transparência em todo o processo eleitoral", acrescentou o presidente.

O governo fornece proteção a 2.065 candidatos.

Em Bogotá, capital colombiana de 7,2 milhões de habitantes, dominada por problemas de mobilidade e uma alta percepção de insegurança, essas eleições poderiam dar a vitória pela primeira vez a uma mulher.

Claudia López, ex-senadora de 49 anos, concorre à Prefeitura com outros três candidatos, mas as pesquisas de intenção de voto mostram um confronto direto com o liberal Carlos Fernando Galán, de 43 anos. Sua eventual vitória abriria uma nova página em um país historicamente governado por homens das elites conservadoras e liberais.

Outro marco desta eleições é a participação da Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc), partido surgido do acordo de paz de 2016.

O partido da ex-guerrilha - que sabotou violentamente as eleição durante seu meio século de luta armada - lançou 308 candidatos, a maioria para conselhos locais e apenas 18 para prefeito.

Os ex-rebeldes enfrentam um difícil processo de reincorporação social e econômica, marcado por alegações de atrasos e violações oficiais, mas, sobretudo, ofuscado pelo assassinato de 168 ex-combatentes.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)