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Estado de Minas

Barcelona tem grande manifestação separatista em dia que terminou com confrontos


postado em 26/10/2019 20:37

Centenas de milhares de separatistas catalães manifestaram-se neste sábado em Barcelona, em um dia que terminou com choques entre manifestantes e a polícia, uma semana depois de distúrbios violentos motivados pela condenação à prisão de nove líderes separatistas.

Aos gritos de "Liberdade!" - lema da manifestação - "Independência!" e "Liberdade aos presos políticos!", 350 mil pessoas, segundo a polícia, reuniram-se perto do Parlamento da Catalunha, convocadas pelas influentes associações separatistas Assembleia Nacional da Catalunha (ANC) e Omnium Cultural, que organizam regularmente manifestações em massa.

"Estou aqui para pedir liberdade aos presos políticos e exigir justiça", declarou Elena Cañigueral, uma vendedora de 53 anos que usava uma bandeira da independência e uma camisa amarela, cor que identifica o movimento.

Elisenda Paluzie, presidente da ANC, afirmou em discurso: "Continuaremos defendendo a liberdade. Quanto mais repressão, mais mobilização."

Um helicóptero da polícia que sobrevoava a área foi vaiado pela multidão, marchando sob uma maré de bandeiras catalãs e entre faixas com mensagens como "República Catalã" ou "anistia".

Esta foi a primeira grande manifestação em Barcelona desde os distúrbios que deixaram cerca de 600 feridos na Catalunha nos dias seguintes à condenação de nove líderes separatistas a penas de até 13 anos de prisão.

- Choques -

O ambiente pacífico desta passeata, da qual participaram famílias e idosos, contrastou com o de outra, convocada pelos Comitês de Defesa da República (CDR) contra a "repressão policial", que terminou em confrontos na capital catalã.

Os manifestantes, a maioria jovens e muitos com o rosto coberto, repetiam "Filhos de Franco!", referindo-se ao ditador que governou a Espanha entre 1939 e 1975, e "Fora forças de ocupação!" e "Fora bandeira espanhola!", e lançaram durante horas objetos como latas, bolas e garrafas contra o batalhão de choque nas ruas adjacentes.

Os policiais, que, num primeiro momento, mostraram-se passivos, responderam mais tarde com golpes e balas de espuma para remover os manifestantes, em um confronto que deixou feridos e presos.

Apesar da tensão, a violência não foi comparável à da semana passada, que deixou 600 feridos, pouco menos da metade policiais, e 200 detidos.

No domingo, será a vez dos anti-independência, que vão desfilar pelo Paseo de Gracia, em resposta à convocação da Sociedade Civil Catalã, que organizou grandes protestos após a tentativa secessionista de outubro de 2017.

Em 14 de outubro, cerca de 10.000 pessoas tentaram paralisar o aeroporto de Barcelona, entrando em choque com a polícia.

Depois, de terça a sexta-feira, manifestações nas principais cidades desta região, de 7,5 milhões de habitantes, degeneraram em violência.

Manifestantes ergueram barricadas e lançaram pedras, bolas de aço e coquetéis molotov contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo e balas de borracha: cenas inéditas num movimento separatista que sempre defendeu se caráter pacífico.

Muitos jovens justificaram a violência pela falta de resultados das grandes marchas pacíficas.

Um total de 367 civis ficaram feridos e quatro deles perderam um olho, segundo a secretaria de saúde do governo regional catalão, e 289 policiais ficaram feridos, segundo a porta-voz do governo espanhol.

A tensão diminuiu e na sexta-feira à noite alguns milhares de estudantes se manifestaram calmamente em Barcelona contra a "repressão policial".

"Neste sábado, o grito de 'Liberdade' ressoará nas ruas de Barcelona", escreveu Omnium em sua conta no Twitter.

- "O separatismo não é a Catalunha" -

A marcha anti-independência de domingo pretende "dizer 'basta' à violência que experimentamos e ao confronto" buscado pelo governo separatista regional, disse à AFP o presidente da associação Sociedade Civil Catalã, Fernando Sánchez Costa.

Membros do governo socialista, incluindo o ministro das Relações Exteriores, o catalão Josep Borrell, que será chefe da diplomacia europeia, participarão da marcha.

Também marcarão presença políticos da oposição de direita, que pedem ao governo medidas excepcionais contra a violência na Catalunha, antes das eleições legislativas de 10 de novembro.

"Acredito que o governo está fazendo o que precisa", respondeu na sexta-feora o chefe do Executivo Pedro Sánchez. "Existem grupos violentos que procuram fazer desta crise uma crise permanente, mas eles receberão uma resposta serena, mas firme".

No poder desde junho de 2018, graças a uma moção de censura apoiada pelos separatistas contra o presidente conservador Mariano Rajoy, Sánchez ignorou os chamados do presidente regional catalão, o separatista Quim Torra, por uma "negociação sem condições" para solucionar o conflito.

"O que não iremos discutir é o direito à autodeterminação, que não existe, nem nesta democracia, nem em nenhuma", afirmou hoje a vice-presidente da Espanha, Carmen Calvo.


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