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Estado de Minas

Manifestações no Iraque terminam em oito mortos


postado em 25/10/2019 12:55

Oito manifestantes foram mortos nesta sexta-feira (25) no Iraque, onde o movimento de contestação foi retomado após dias de luto pela morte no início do mês de mais de 150 pessoas - informou a Comissão para os Direitos Humanos do governo.

Em Bagdá, "segundo relatórios preliminares, dois manifestantes morreram atingidos no rosto por uma granada de gás lacrimogêneo", disse à AFP Ali al-Bayati, membro da Comissão, acrescentando que quase 100 manifestantes e membros das forças de ordem ficaram feridos.

Outros cinco manifestantes foram mortos a tiros em Nassiriya (sul), e um oitavo, nos incêndios deflagrados em várias sedes de partidos políticos em Samawa, também no sul do país, relataram fontes médicas e policiais.

Milhares de manifestantes também atearam fogo na sede do governo da província de Zi Qar (sul).

Na capital, os agentes dispararam gás lacrimogêneo para dispersar milhares de manifestantes que se reuniram nos acessos à Zona Verde, onde estão os principais órgãos do governo e a embaixada dos Estados Unidos.

A onda de protestos deflagrada no início do mês foi marcada pela violência e deixou, entre 1º e 6 de outubro, 157 mortos. Segundo números oficiais, a maioria das vítimas é de manifestantes.

Na quinta-feira, não houve registro de incidentes na capital iraquiana, ou no sul do país.

O ministro iraquiano do Interior, Yasin al-Yaseri, foi ontem à noite à Praça Tahrir para garantir que as forças de segurança estavam presentes para "proteger" os manifestantes.

No poder há um ano, o governo de Adel Abdel Mahdi decretou a mobilização geral das forças de segurança a partir da noite de quinta-feira.

Os protestos denunciam a corrupção e exigem empregos e serviços públicos de qualidade em um país rico em petróleo, mas onde falta eletricidade e água potável.

Moqtada al-Sadr, antigo líder de milícia e agora convertido em arauto dos protestos, convocou seus seguidores a ocuparem as ruas e afirmou que seus combatentes estão preparados para "proteger os manifestantes".

Vencedor das eleições legislativas e integrante da coalizão de governo, Moqtada al-Sadr exige a demissão do gabinete e a antecipação das eleições.

Em uma recente demostração de força, combatentes das "Brigadas da Paz" de Al-Sadr apareceram armados durante desfiles em seu bastião de Bagdá, conhecido como Sadr City.

"Quero minha parte do petróleo", disse à AFP uma manifestante na Praça Tahrir. Cerca de 20% da população iraquiana vive abaixo da linha da pobreza.

"Os supostos representantes do povo monopolizaram todos os recursos", gritou outro manifestante.

Manifestações também ocorreram durante a noite em várias cidades do sul do país, como no início de outubro.

Nesse contexto de tensão, o aiatolá Ali Sistani, a mais alta autoridade religiosa xiita do Iraque, pediu durante um sermão proferido esta tarde reformas e fim da corrupção. Ele não indicou, porém, como já fez no passado com outros primeiros-ministros, que se solidarizava com o premiê Adel Abdel Mahdi.

Há duas semanas, Ali Sistani deu ao governo até esta sexta-feira para esclarecer a violência e responder às demandas dos manifestantes.

Em resposta aos protestos, o primeiro-ministro Abdel Mahdi anunciou uma série de medidas, tornou públicas as listas de centenas de cargos públicos atribuídos a jovens graduados e prometeu pensões para as famílias dos manifestantes mortos como "mártires".

A população quer uma nova Constituição e a renovação total da classe política.

O governo ainda tem o apoio da poderosa Hashd al-Shaabi, uma coalizão paramilitar dominada por milícias xiitas pró-iranianas. É o segundo bloco parlamentar e membro da coalizão governamental.


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