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Estado de Minas

Campanha eleitoral termina na Argentina com Fernández favorito e Macri animado


postado em 24/10/2019 22:31

O peronista de centro-esquerda Alberto Fernández, favorito com folga em todas as pesquisas, e o presidente liberal Mauricio Macri, que tenta fazer um retorno de última hora, encerram nesta quinta-feira (24) suas campanhas para as eleições gerais de domingo (27) na Argentina.

As aspirações de Macri para um segundo mandato esbarram com uma recessão de mais de um ano e uma inflação indomável, que acumulava 37,7% até setembro, com aumento do desemprego (10,6%) e a pobreza que afeta mais de um terço dos argentinos.

Também é prejudicado pelo rigoroso programa de ajuste fiscal lançado após a assistência financeira de US$ 57 bilhões que o governo obteve do Fundo Monetário Internacional (FMI) no ano passado, em meio a uma corrida cambial, que depois se repetiu com uma moeda que perdeu 70% de seu valor desde janeiro de 2018.

Mas, na reta final das eleições, Macri, um engenheiro de 60 anos, entusiasmou-se com a grande mobilização de sábado passado (19) sob o slogan "Sim, podemos", no centro de Buenos Aires, seu reduto histórico e do qual foi prefeito entre 2007 e 2015.

- Binômio e unidade -

Alberto Fernández chega a esse ponto da disputa com números favoráveis e como aglutinador de quase todo o espectro peronista, assim como impulsionado pela forte imagem da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), sua companheira de chapa e candidata a vice-presidente.

"Com Cristina, vamos colocar a Argentina de pé" (...) Temos a certeza de que sabemos o que é preciso fazer", afirmou Fernández no enorme ato de encerramento de campanha ao lado de Cristina em Mar del Plata, cidade portuária e turística atingida pelo desemprego, a 400 km ao sul de Buenos Aires.

Amada por muitos e detestada por tantos outros, Kirchner surpreendeu, há cinco meses, ao desistir de concorrer à presidência e nomear Fernández, seu ex-chefe de gabinete, como seu herdeiro, uma tática que permitiu agregar a simpatia dos kirchneristas sem perder o voto dos peronistas que se distanciaram dela.

Fernández defendeu "uma Argentina justa e solidária, com educação pública e saúde pública". "Estou assinando um contrato moral e ético para fazer a Argentina crescer novamente", insistiu ele a milhares que se reuniram em frente ao mar.

José Murad, um educador de 44 anos, que participou do evento, disse à AFP que "é necessário um Estado próximo das pessoas e dos que mais sofrem. Com Alberto e Cristina, a esperança renasce".

- A Argentina com que sonhamos -

Macri busca reverter o resultado das primárias de 11 de agosto, nas quais Fernández o ultrapassou em 17 pontos e se tornou o favorito da presidência.

Macri e seu companheiro de chapa, o peronista de direita Miguel Angel Pichetto, encerraram a campanha em Córdoba, 700 km ao norte, aonde obteve 72% dos votos em 2015, fazendo a balança pender a seu favor, quando derrotou o peronista Daniel Scioli com 51,33% contra 48,66%.

"Eles vêm com o dedo levantado para dizer que sabem o que fazer. Chegaram até aqui, mas não queremos mais isto (peronismo). O verdadeiro poder está conosco", proclamou Macri em Córdoba, uma das cidades mais ricas do país.

Pela primeira vez, Macri entregou a palavra a sua mulher, a empresária têxtil Juliana Awada, que repetiu o slogan da campanha: "Sim, podemos!".

"Viemos apoiar o presidente a continuar seu mandato, a continuar a administração. É uma ação patriótica de valores de dignidade, igualdade, equidade, progresso, mas com decência, honestidade e definitivamente instalá-los na Argentina", disse Viviana Martoquia, de 50 anos, à AFP.

No domingo, o presidente e o vice-presidente são eleitos, e metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado são renovados.

Além disso, serão escolhidos o governador da província de Buenos Aires, o distrito principal com um terço do eleitorado, e o prefeito da capital, a cidade mais rica do país.

Para vencer no primeiro turno, é preciso obter mais de 45% dos votos, ou mais de 40% e uma diferença de 10 pontos em relação ao segundo lugar.

Um segundo turno, se necessário, ocorrerá em 24 de novembro.


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