O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, disse nesta quinta-feira (24) que a Bolívia deve esperar por uma auditoria do bloco regional nas eleições presidenciais para declarar os resultados finais.
A contagem dos votos do pleito realizado no domingo, no qual o presidente Evo Morales busca um quarto mandato consecutivo, gerou violentos protestos da oposição por acusações de fraude e provocou uma greve em várias cidades do país.
Durante uma sessão do Conselho Permanente da OEA - solicitada pela Bolívia ao seu chanceler Diego Pary para informar sobre o processo eleitoral - Almagro disse que o próprio Morales fez durante uma conversa por telefone o convite para que a agência regional realizasse uma auditoria da contagem oficial.
Almagro acrescentou que a secretaria-geral da OEA concordou com o pedido na terça-feira, depois que Pary emitiu uma solicitação para "verificar a transparência e legitimidade" do processo.
"A secretaria-geral entende que, se o Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) convida essa organização a realizar trabalhos para verificar a legitimidade desses resultados, esses resultados não deverão ser considerados legítimos até que o processo de auditoria solicitado seja concluído", afirmou Almagro.
O diplomata lembrou que Morales informou nesta quinta durante uma coletiva de imprensa que respeitará os resultados do TSE.
Os trabalhos de auditoria serão abordados "com estrita adesão ao respeito à vontade da população expressa em sufrágio e à Constituição", disse Almagro, exortando os bolivianos a "evitar confrontos" e aguardar os resultados "em paz".
Segundo o último relatório do TSE, com 99,82% dos votos apurados, Morales venceu com 47,07% dos votos contra 36,52% de seu adversário mais próximo, o ex-presidente Carlos Mesa.
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