O governo da Bolívia comparou nesta quinta-feira (24) Carlos Mesa, candidato da oposição derrotado por Evo Morales nas eleições presidenciais, ao líder do Parlamento venezuelano Juan Guaidó, ao acusá-lo de querer instalar um governo paralelo no país, como na Venezuela.
"Mesa é o Guaidó andino", disse o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana.
"Está apostando pela via venezuelana de um governo paralelo. Com seu silêncio cúmplice está legitimando a violência", acrescentou em alusão aos protestos e às convocações de greve feitos pela oposição contra os resultados eleitorais que dão a vitória a Morales no primeiro turno das eleições para a presidência.
O governo Morales afirma que a oposição, liderada por Mesa, promove uma revolta com objetivos golpistas, por negar a reconhecer os resultados do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).
Citado pela agência de notícias do governo ABI, Quintana disse que "Mesa tem capacidade suficiente para entender que ele foi derrotado eleitoralmente e que sua vida política hoje depende apenas de Washington", que, na sua opinião, deseja uma mudança de governo na Bolívia.
O ministro considerou que "é impossível que Carlos Mesa chegue à presidência por meios constitucionais" e alertou que os Estados Unidos usaram as mentiras de fraude e violência eleitorais para reconhecer o líder da oposição Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Morales, que busca um quarto mandato consecutivo, se proclamou nesta quinta-feira vencedor no primeiro turno das eleições presidenciais na Bolívia, após obter uma diferença de 10 pontos sobre Mesa.