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Estado de Minas

Johnson lança ultimato a um Parlamento hostil a nove dias do Brexit


postado em 22/10/2019 12:30

O primeiro-ministro Boris Johnson advertiu os deputados britânicos de que se rejeitarem, nesta terça-feira (22), sua agenda para concluir o Brexit no final deste mês vai retirar seu projeto e optará por eleições antecipadas.

A medida implicará um novo adiamento.

Nos últimos dias, Johnson tentou duas vezes, sem sucesso, obter a aprovação dos deputados para o acordo alcançado com Bruxelas na semana passada, contrariando todas as expectativas.

Totalmente contrário a adiar pela terceira vez a saída da União Europeia, agora prevista para 31 de outubro, hoje ele voltou à carga, submetendo ao Parlamento o projeto de lei que deve traduzir este texto para a legislação britânica. O objetivo é fazer o texto ser adotado em apenas três dias.

"Se aprovarmos este acordo e a legislação que o possibilita, podemos virar a página e permitir a este Parlamento e a este país começar a se curar" das divisões que se agravam desde que, em 2016, 52% dos britânicos optaram pelo Brexit em um referendo, afirmou Johnson.

Consciente da hostilidade reinante, lançou um ultimato: "se o Parlamento se negar a permitir que o Brexit ocorra (...), o projeto de lei terá que ser retirado, e teremos que avançar para eleições gerais".

- Nova prorrogação -

No poder há menos de três meses, Johnson tenta convocar legislativas antecipadas desde que perdeu a maioria, em setembro, após a rebelião de 21 deputados conservadores.

Para antecipar as eleições, previstas para 2022, ele precisa, porém, do apoio de dois terços dos deputados. A oposição se nega a aderir até ter certeza de que evitou um caótico Brexit sem acordo no final do mês.

No sábado, Johnson se viu obrigado pelos legisladores a pedir uma nova prorrogação de três meses à UE, e é difícil imaginar que diante do risco de uma dolorosa saída brutal seus 27 sócios europeus rejeitem a demanda.

"Um Brexit sem acordo nunca será uma decisão nossa", tuitou nesta terça o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que disse estar "consultando os líderes da UE sobre como responder ao pedido britânico" por mais tempo.

O premiê britânico disse estar confiante em que, após ter conseguido renegociar o impopular acordo anterior com uma UE mais do que reticente, reunirá o apoio majoritário para seu novo texto. Para isso, estaria contando com os conservadores mais eurocéticos, com muitos independentes e com alguns opositores trabalhistas pró-Brexit.

À medida que se aproxima uma votação preliminar do projeto de lei, prevista para 18h GMT (15h em Brasília) desta terça, vai ficando claro que ele deve caminhar para um novo fracasso.


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