Jornal Estado de Minas

Piñera se reúne com líderes políticos para tentar acalmar as ruas no Chile


O presidente Sebastián Piñera tentará nesta terça-feira (22) encontrar uma saída para a explosão social que abala o Chile há cinco dias, com reuniões com os líderes dos partidos políticos, no momento em que os protestos podem ser ampliados com greves e novas mobilizações.


Abalado pela onda de violência mais grave registrada no Chile desde o retorno da democracia em 1990, o presidente, que no domingo afirmou que o país estava em guerra, mudou de tom.


"Vamos explorar e oxalá avançar para um acordo social que nos permita a todos, unidos, nos aproximarmos com rapidez, eficácia e também com responsabilidade em busca de melhores soluções para os problemas que afetam os chilenos", afirmou na segunda-feira.


Os protestos começaram na sexta-feira motivados pelo aumento do preço da passagem do metrô em Santiago - medida que o governo suspendeu -, mas rapidamente foram ampliados para um movimento maior, que apresenta outras demandas sociais.


As manifestações provocaram confrontos com as forças de segurança, saques e incêndios em estabelecimentos comerciais: 12 pessoas morreram em quatro dias de caos no país.


Santiago e a maioria das 16 regiões do Chile se encontram em estado de emergência e 10.000 militares e policiais foram mobilizados para impedir novos atos de violência nos protestos.


As autoridades temem um agravamento do cenário depois que Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), o sindicato mais influente do Chile, e outras 18 organizações sociais convocaram greves e mobilizações para quarta-feira e quinta-feira em Santiago.


Os sindicatos de trabalhadores da saúde pública também anunciaram uma paralisação e protestos diante do ministério da Saúde, no centro da capital chilena, durante a semana.


Com um transporte público limitado, o comércio e os bancos funcionando de maneira parcial e os protestos nas ruas, os chilenos devem sair de casa nesta terça-feira para trabalhar ou estudar sob total incerteza.


Assim como na segunda-feira, o metrô de Santiago, que recebe quase três milhões de pessoas diariamente, funcionará apenas com uma de suas sete linhas e com um auxílio de 500 ônibus públicos, que serão complementados por um serviço de táxis para atender a demanda.


As aulas foram suspensas em quase 50 bairros da capital chilena e algumas universidades cancelaram as atividades acadêmicas. Hospitais e policlínicas devem funcionar no horário normal.


A companhia aérea LATAM, a maior da América Latina, foi obrigada a cancelar ou reprogramar centenas de voos no aeroporto de Santiago.


A onda de violência perdeu intensidade durante a madrugada de terça-feira, a terceira noite com toque de recolher em Santiago e outras oito regiões chilenas. Nos dias anteriores, os distúrbios terminaram com 2.200 detidos.

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