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Estado de Minas

Chanceler chinês denuncia violência em Hong Kong e analisa acordo com UE


postado em 21/10/2019 19:01

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, criticou nesta segunda-feira (21) a violência dos manifestantes em Hong Kong e também analisou o acordo de investimentos com a União Europeia em entrevista exclusiva à AFP em Paris.

"O que ocorre hoje em Hong Kong não são em absoluto manifestações pacíficas. É violência nua e crua. São atos inaceitáveis em qualquer país", declarou Wang, que fez uma alusão aos "encrenqueiros que atacam os pedestres", a polícia e que "paralisam os transportes".

"Há forças estrangeiras que apoiam este tipo de violência na rua com o objetivo de desestabilizar Hong Kong, semear o caos [...], de destruir os progressos históricos obtidos desde que é aplicada a política de um país-dois sistemas", afirmou.

O ministro declarou-se "convencido" de que o governo local, com o apoio de Pequim, "restaurará a ordem social" e sustentou que a prioridade, no momento, é "acabar com a violência e restaurar a ordem econômica".

Além disso, denunciou que "alguns meios de comunicação estrangeiros, ignorando totalmente a realidade, descrevem essas violências como um 'movimento democrático e pacífico' e não hesitam em definir as ações da polícia como 'violentas'".

Há quatro meses, esta região semiautônoma atravessa sua pior crise política desde que o Reino Unido devolveu este território para a China, em 1997, com manifestações quase diárias por reformas democráticas e para denunciar a crescente ingerência de Pequim nos assuntos internos.

- Livre comércio com a UE -

O chanceler se mostrou otimista em relação à assinatura de um acordo de investimentos entre seu país e a União Europeia, e pediu ao bloco que inicie "o mais rápido possível" as discussões sobre um acordo de livre comércio com seu país.

"As condições são favoráveis à conclusão de um acordo de investimento bilateral entre China e Europa", disse Wang Yi.

A China "segue aberta ao exterior"e a "lista negativa (de setores em que o estado chinês rejeita a liberalização) para acessar o mercado interno é cada vez mais curta ", afirmou.

"Por isso, confiamos numa conclusão deste acordo", declarou, acrescentando que "durante a cúpula (UE-China) deste ano, os líderes concordaram em alcançar um progresso decisivo antes do final do ano, para a conclusão em 2020 de um acordo".

O chanceler reafirmou também "o desejo da China de iniciar o mais breve possível as negociações sobre um acordo de livre comércio entre a China e a UE".

Se a Europa "atrasar o início das negociações, é a competitividade dos produtos da UE que ficará comprometida no mercado chinês", alertou.

"A União Europeia assinou acordos de livre comércio com muitos de seus parceiros e ignorou a China, embora seja seu principal parceiro econômico e comercial", acrescentou.

- "Um mundo multipolar" -

O chanceler enfatizou que, apesar de seu país estar travando uma guerra comercial com os Estados Unidos, a China "nunca irá [...] agir de maneira alguma em detrimento dos interesses da Europa".

"As últimas discussões com os Estados Unidos [...] lançaram bases importantes para a conclusão de um acordo", disse Wang, que reafirmou a determinação de Pequim em "defender seus interesses legítimos, mas também o sistema de livre comércio no mundo".

Nesse sentido, espera que a UE "reserve para as empresas chinesas que desejam entrar em seus mercados um tratamento igual, justo e não discriminatório" em setores como a tecnologia "5G em particular".

Quando perguntado sobre como vê as relações entre a China e a União Europeia no atual contexto geopolítico, agitado por questões como a ofensiva turca na Síria, Brexit ou o governo dos EUA liderado por Donald Trump, de tendências protecionistas, Wang disse que "a China e a Europa não tem conflitos de interesse fundamentais".

"Somos partidários de um mundo multipolar, defendemos juntos a autoridade e o papel central das Nações Unidas", declarou, destacando que Pequim "apoia um papel mais ativo e mais importante da Europa nos assuntos internacionais".

Em relação à posição de seu país sobre o conflito na Síria, Wang disse que o governo chinês está comprometido em "respeitar o papel das Nações Unidas como principal canal", no "papel desempenhado pelos países da região", e que seja "o povo sírio o responsável por decidir o futuro de seu próprio país".

"A China nunca foi favorável ao uso da força em outro país e menos ainda quando esse tipo de operação não possui a [...] autorização das Nações Unidas ou a permissão do país em questão, que é o que está acontecendo atualmente na Síria", concluiu.

Recentemente, a China bloqueou uma declaração apresentada pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU no qual exigiam que Ancara parasse sua operação no nordeste da Síria contra os curdos. Mais tarde, porém, Pequim pediu à Turquia o fim dessa intervenção.


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