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Estado de Minas

Governo libanês perde apoio de partido cristão após três dias de protestos


postado em 19/10/2019 20:54

Um partido cristão libanês anunciou sua retirada do governo de coalizão neste sábado, depois que milhares de pessoas foram às ruas para um terceiro dia protestos contra o aumento de impostos e corrupção.

À noite, o partido Forças Libanesas, aliado do primeiro-ministro Saad Hariri, anunciou a renúncia de seus ministros.

"Estamos convencidos de que o governo é incapaz de tomar as medidas necessárias para solucionar a situação. Consequentemente nosso bloco decidiu pedir a seus ministros que renunciem", anunciou o líder, Samir Geagea.

O anúncio foi comemorado pelos manifestantes em Beirute. Em Trípoli, a segunda cidade do país, alguns celebraram com fogos de artifício.

"Eu acho que talvez seja melhor que todo o governo renuncie", disse Ali, manifestante na praça Al Nur de Trípoli.

Apesar de vários políticos pedirem moderação e da intervenção das forças de segurança na sexta-feira, os manifestantes voltaram a se reunir neste sábado em várias cidades do país.

O número de manifestantes aumentaram tanto no centro de Beirute quanto em Trípoli, a segunda cidade do país, como também em Tyr (sul), em Akkar (norte) e em Baalbeck (sul).

"Revolução, revolução!", gritavam em coro os manifestantes na capital.

Alguns cobriam o rosto com um lenço, depois do gás lacrimogêneo lançado no dia anterior. "As pessoas querem que o regime caia", insistiram.

Este novo dia de mobilização lembrou a insurreição popular sem precedentes em 2005, que pôs fim aos 29 anos de tutela síria no Líbano.

Os manifestantes bloquearam várias estradas com barricadas.

Durante a manhã o exército liberou as estradas enquanto uma equipe de voluntários limpava as imediações do Parlamento do rastro de destruição deixado na véspera.

Em um comunicado, o exército pediu que os manifestantes atuassem de maneira pacífica, sem atacar os bens públicos e privados".

De acordo com as forças de segurança, 70 pessoas foram detidas.

Mas durante a tarde todo os detidos de um dos principais quartéis da polícia da capital foram liberados, segundo a Agência Nacional de Informação (ANI).

A Anistia Internacional pediu às autoridades para "acabar imediatamente com o uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos".

As forças de segurança lançaram "enormes quantidades de gás lacrimogêneo contra a multidão, perseguiram os manifestantes pelas ruas [...] e os espancaram", afirmou a ONG em comunicado.

O movimento de protesto estourou na quinta-feira depois que o governo anunciou um imposto sobre as chamadas feitas por meio de aplicativos de mensagens.

As autoridades desistiram da medida após a pressão popular, mas a irritação foi canalizada para a situação econômica e política em geral.

O protesto alcançou alguns redutos do poderoso movimento xiita Hezbollah e de seu aliado, o partido Amal.

O líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, fez seu primeiro pronunciamento neste sábado. "Não queremos que o governo renuncie se esta saída significa que não há governo", declarou, antes de pedir aos libaneses a trabalhar juntos.

Nas últimas semanas, a tensão aumentou no Líbano, onde o agravamento da situação econômica, com o temor de desvalorização da moeda e escassez de dólares nos mercados de câmbio.

As escolas, universidades, bancos e instituições públicas permaneceram fechadas na sexta-feira.

O primeiro-ministro Saad Hariri deu prazo até segunda-feira para que os aliados na coalizão - muito dividida - respaldem um pacote de reformas que pretende dar solidez às finanças do governo e garantir o pagamento de vários empréstimos e doações.

O atual Executivo de unidade tem o apoio da maioria dos partidos, incluindo o Hezbollah.


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