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Estado de Minas

Iraque anuncia medidas de combate à corrupção que não afetam 'peixes graúdos'


postado em 16/10/2019 12:07

O Iraque multiplicou os anúncios e as comissões de combate à corrupção, mas, até o momento, as medidas apontam para "peixes miúdos" e evitam os "graúdos", em um dos países mais corruptos do mundo.

Analistas consideram que o primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi, um independente, é refém dos partidos que o levaram ao poder em um país no qual, segundo fontes oficiais, US$ 452 bilhões foram desviados nos últimos 16 anos em contratos fictícios, ou para os bolsos de políticos corruptos.

"A corrupção deve ser tratada com seriedade e determinação", adverte uma fonte de uma instância governamental que luta contra este flagelo.

"Mas o primeiro-ministro não pode, porque sabe que todos (os políticos) estão envolvidos em casos de corrupção que ocorreram antes que assumissem os cargos, há um ano", completa a fonte, que pediu anonimato.

O Iraque é o 12º país mais corrupto do mundo na classificação da ONG Transparência Internacional.

Esta fonte afirma que os subornos de maior valor afetam três âmbitos: os postos de fronteira (por suas elevadas taxas alfandegárias e as autorizações emitidas para os comboios de mercadorias em troca de dinheiro), o "contrabando de petróleo" e os bens de Estado, ou seja, os terrenos e casas confiscados por personalidades e partidos após a queda do regime de Saddam Hussein em 2003.

A inspeção prejudicou o negócio "dos traficantes de petróleo e das grandes transportadoras de mercadorias vinculadas a partidos corruptos", completa.

A medida "visa aos funcionários miúdos, quando quem atua é a máfia dos partidos", lamenta a fonte da comissão anticorrupção.

Há mais de uma semana, Abdel Mahdi anunciou que entregou à Justiça "uma lista de mil funcionários" acusados de corrupção. Na sequência, prometeu "em poucas horas uma lista preliminar de funcionários de alto escalão para levá-los à Justiça".

Na lista, aparecem ex-ministros e funcionários de alto escalão na ativa, de acordo com o gabinete do primeiro-ministro. Até o momento, os nomes não foram revelados.

Neste contexto, as manifestações contra a corrupção se tornaram frequentes no Iraque. A novidade dos protestos mais recentes (que deixaram 110 mortos, segundo o balanço oficial, quase todos manifestantes) é que a revolta atingiu um nível inédito, alerta a deputada de oposição Huda Sajad.

As manifestações podem continuar. O clérigo xiita Moqtada Sadr pediu que a peregrinação de Arbain, no próximo fim de semana, se transforme em um protesto contra a corrupção. E os manifestantes ameaçam voltar a tomar as ruas em 25 de outubro.


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