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Estado de Minas

Tropas dos EUA que deixarem a Síria 'permanecerão na região', diz Trump


postado em 14/10/2019 20:55

O presidente Donald Trump declarou, nesta segunda-feira (14), que as tropas americanas que se retirarem da Síria vão permanecer na região para conter o ressurgimento do grupo Estado Islâmico (EI).

"As tropas dos Estados Unidos que saírem da Síria agora serão realocadas e vão permanecer na região para monitorar a situação e prevenir uma repetição de 2014, quando a negligenciada ameaça do ISIS [acrônimo do EI usado em inglês] cruzou a Síria e o Iraque", declarou.

Trump afirmou ainda ter autorizado, hoje, uma ordem executiva, estabelecendo sanções contra funcionários e ex-funcionários turcos e que voltou a impor tarifas sobre 50% do aço.

Esta foi uma das medidas adotadas no ano passado para libertar um pastor americano detido na Turquia e que gerou uma desvalorização da lira turca.

Ele também disse ter cancelado as negociações para um acordo comercial com Ancara, em protesto, segundo ele, pela ofensiva deste país na Síria.

"Estou totalmente preparado para destruir rapidamente a economia da Turquia, se os líderes turcos continuarem seu caminho perigoso e destrutivo", tuitou.

O vice-presidente, Mike Pence, revelou que, durante uma conversa por telefone nesta segunda-feira com o presidente turco, Recep Erdogan, o líder americano foi "muito firme" ao aconselhar o início de "negociações com as forças curdas na Síria".

Pence informou ainda que viajará em breve à Turquia para tratar da questão.

Em paralelo, o Tesouro dos EUA impôs nesta segunda sanções contra três ministros turcos: Defesa, Hulusi Akar; Interior, Suleyman Soylu; e Energia, Fatih Donmez.

Os três agora fazem parte de uma lista negra do Tesouro, que prevê o congelamento de ativos e a proibição de realizar transações diretas, ou indiretas, com os Estados Unidos.

Os EUA "responsabilizam o governo da Turquia pela violência das forças turcas, que colocam civis em risco e desestabilizam a região", declarou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

Já o secretário americano da Defesa, Mark Esper, anunciou que os EUA pedirão a seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que apliquem sanções a Ancara. Assim como Trump, Esper acusou os turcos de libertarem perigosos presos membros do EI.

"Esta incursão inaceitável também mina a bem-sucedida missão internacional 'Defeat ISIS' (Derrotar o ISIS, acrônimo do EI usado em inglês) na Síria e resultou na libertação de muitos detidos perigosos do ISIS", afirmou o secretário em um comunicado.

Esper acrescentou que irá à sede da Otan, em Bruxelas, na próxima semana, pedir aos aliados que "tomem medidas diplomáticas e econômicas coletivas e individuais em resposta a essas atrozes ações turcas".

O secretário condenou a decisão de Erdogan de lançar a ofensiva contra os curdos como "desnecessária e impulsiva", alegando que teve como resultado baixas generalizadas, refugiados e insegurança.

"O presidente Erdogan tem toda a responsabilidade pelas consequências (da ofensiva), que incluem um possível ressurgimento do ISIS, possíveis crimes de guerra e uma crescente crise humanitária", completou.

- Civis executados -

Os EUA também se disseram chocados com a execução de civis por parte de combatentes pró-turcos na Síria, incluindo uma política curda, e condenaram a situação deflagrada após a incursão turca.

Controladas pelos curdos, as Forças Democráticas Sírias (FDS) informaram que ao menos nove civis foram "executados" como parte da invasão que a Turquia lançou na quarta-feira passada.

Entre as vítimas está Hevrin Khalaf, de 35 anos, secretária-geral do Partido do Futuro sírio. Segundo as FDS, ela foi retirada de seu automóvel e assassinada pelas forças sírias aliadas da Turquia.

"Consideramos que estes relatos são extremamente preocupantes, refletindo a desestabilização geral do nordeste da Síria desde o início das hostilidades", declarou um funcionário do Departamento de Estado americano.

"Condenamos, nos termos mais enérgicos, qualquer violência ou execução extrajudicial de civis ou prisioneiros, e estamos investigando estas circunstâncias", disse o funcionário, que pediu para não ser identificado.

Mark Esper declarou no domingo que não era possível confirmar a veracidade de um vídeo mostrando o assassinato de Khalaf, mas destacou que a execução de civis "é um crime de guerra".


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