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Estado de Minas

Jurista Kai Saied é eleito presidente da Tunísia


postado em 14/10/2019 14:18

O órgão eleitoral tunisino confirmou nesta segunda-feira o triunfo do jurista Kais Saied, que obteve mais de 72% dos votos no segundo turno da consulta presidencial, em que a mobilização dos jovens foi decisiva.

Saied, professor de Direito aposentado e quase um estranho no cenário político, enfrenta o desafio de revitalizar a jovem democracia tunisina.

Com 72,71% dos votos, segundo dados oficiais, e um aumento líquido na participação dos cidadãos (quase 58%), Saied, 61 anos, obteve uma vitória brilhante, disse o jornal em árabe Chourouk em sua capa.

Saied obteve 2,77 milhões de votos, contra 1 milhão de seu adversário, o controvertido empresário Nabil Karoui.

Cerca de 90% dos eleitores de 18 a 25 anos votaram no vencedor, segundo estimativas do instituto de pesquisas Sigma, contra apenas 49,2% dos maiores de 60 anos.

"Vamos tentar construir uma nova Tunísia", declarou, estoico, diante de seus aliados e da imprensa. "Sei do tamanho da responsabilidade", prometendo levar para o cargo a mensagem da revolução de 2011.

A taxa de participação foi um pouco superior à do primeiro turno, informou o organismo encarregado das eleições, a Instância Superior Independente das Eleições (ISIE).

Nestas segundas eleições presidenciais democráticas por sufrágio universal, os sete milhões de eleitores tunisianos deviam escolher entre Nabil Karoui, um milionário da mídia investigado por fraude fiscal, e Kais Saied, professor de direito constitucional sem experiência política.

Saied, que venceu o primeiro turno realizado em 15 de setembro, é um candidato sem partido e que tornou em seus os valores da revolução e assume seu conservadorismo em questões sociais. Ele obteve 18,4% dos votos no primeiro turno.

Karoui, de 56 anos, e Saied, de 61, duas personalidades diametralmente opostas, têm um único ponto em comum: surpreenderam ao ser eleitos no batalhão de 26 candidatos, em detrimento, entre outros, dos dirigentes em fim de mandato, sancionados por uma população exasperada pelas disputas políticas e por um horizonte econômico estagnado desde a revolução de 2011.

A morte, em julho, de Beji Caid Essebsi, primeiro presidente eleito em eleições democráticas e por sufrágio universal, forçou a antecipação das eleições presidenciais em vários meses, mergulhando o país em uma novela política que teve como última reviravolta a libertação na quarta-feira de Nabil Karoui, depois de a Justiça tê-la rejeitado várias vezes.

Karoui foi preso em 23 de agosto, dez dias antes do início da campanha eleitoral para o primeiro turno, acusado de fraude fiscal e lavagem de dinheiro.

O candidato acusou o regime de uma operação política para tirá-lo da corrida presidencial.

Karoui, que se apresentou com as cores do Qalb Tounes, o partido que ele próprio fundou em junho, obteve 15,6% dos votos no primeiro turno de sua cela na prisão.

Embora tenha se apresentado com um dique de contenção diante do islamismo, poucos partidos pediram votos claramente nele, nem mesmo os considerados progressistas.

Após este segundo turno, todos os olhares se voltam para o Ennahdha, partido encarregado da tarefa árdua de formar um novo governo.

O partido de Rached Ghannouchi deverá conseguir apoio suficiente do restante de blocos para alcançar a maioria de 109 assentos.

Qalb Tounes, que rejeitou qualquer aliança com os islamitas, é o segundo grupo no Parlamento, com 32 deputados.


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