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Estado de Minas

Populistas e suas promessas de prosperidade se impõem nas legislativas polonesas


postado em 13/10/2019 20:05

Os populistas no poder na Polônia venciam as eleições deste domingo (13) e se orientavam a manter a maioria absoluta graças a suas promessas de prosperidade e apesar de seus ataques às minorias sexuais e ao liberalismo social ao estilo europeu.

Segundo projeções do Partido Direito e Justiça (PiS), de Jaroslaw Kaczynski, tinha 43,6% dos votos, que se traduziam em 239 assentos do total de 460 da Câmara baixa, ou seja, oito acima da maioria absoluta.

"Embora enfrentemos uma coalizão poderosa, conseguimos vencer", disse Kaczynski na sede de seu partido.

"Espero que amanhã (com o anúncio dos resultados oficiais) se confirme nosso êxito; temos pela frente quatro anos de um trabalho árduo", continuou.

Mas, "devemos pensar no que fizemos bem e no que levou a que parte da sociedade tenha sentido que não devia nos apoiar", disse o líder do PiS, considerado o homem mais influente da Polônia.

O principal partido da oposição, a Coalizão Cívica (KO, centro), tinha 27,4% dos votos, e deveria eleger 130 deputados, seguido da esquerda (11,9% e 43 deputados), que retorna ao Parlamento depois de quatro anos, e o partido camponês do PSL, associado ao partido antissistema Kukiz'15 (9,6% e 34 deputados).

Um partido antissistema de direita, que influi nos nacionalistas ultraliberais e antiimigrantes, a Confederação entra no Parlamento com 6,4% dos votos e 11 deputados.

- Promessas de prosperidade -

O partido Lei e Justiça (PiS), que governa a Polônia desde 2015, tentou mobilizar as classes mais desfavorecidas da sociedade rural, defendendo os valores familiares contra a "ideologia LGBT", além de prometer mais ajuda, corte de impostos e aumento do salário mínimo.

Jaroslaw Kaczynski dividiu a população, ao atacar minorias sexuais e rejeitar os valores liberais ocidentais, com a aprovação tácita da poderosa Igreja Católica.

Contra os conservadores, a oposição de centro Coalizão Cívica (KO) se apoiou nos moradores das grandes cidades, incomodados pelas controversas reformas do PiS, incluindo as efetuadas no sistema judiciário, e na transformação dos meios de comunicação públicos em instrumentos de propaganda governamental.

A coalizão de esquerda conseguiu voltar ao Legislativo com um programa que, embora tenha condenado a campanha anti-LGBT do PiS e sua aliança com o episcopado, aprovou o programa social.

Os moradores de Varsóvia, que não eram muito numerosos nas seções eleitorais pouco após a abertura, não tinham dúvidas no momento de explicar suas inclinações.

"O PiS cuida dos trabalhadores. Eles aumentaram o salário mínimo e criaram o subsídio 500+ [500 eslotis, ou 116 euros, por mês]", afirmou Michal, eletricista de 34 anos, depois de votar na capital.

"Na política externa, o PiS defende os interesses da Polônia, não segue cegamente o que querem Alemanha e França", acrescentou.

Em frente a outra seção eleitoral do centro da capital, Zofia e Edward, um casal de Varsóvia na casa dos 50 anos, explicavam que votariam no KO.

"Votamos assim porque queremos viver em um país livre. O comunismo, obrigada, mas já o conhecemos. O PiS lembra muito o regime comunista. É só ver o que acontece com a independência dos tribunais, com a liberdade de expressão nos meios [públicos]", disse Zofia.

Seu filho, na casa dos 20 anos, não quis dizer em quem votaria. "Os jovens da minha idade estão um pouco perdidos, uns vão para a esquerda, outros para a ultradireita. Mas a maioria, como eu, não sabe muito bem aonde ir e acaba no centro", explicou.


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