Um alto funcionário do governo dos Estados Unidos declarou nesta quarta-feira que Venezuela e Cuba estão por trás da crise no Equador, onde violentos protestos estão colocando em xeque o presidente Lenín Moreno.
"Equador é outro problema grave", disse o alto funcionário, que pediu para não ser identificado, recordando a "desordem autoritária e econômica" que Moreno herdou de seu predecessor e ex-aliado político Rafael Correa, que governou entre 2007 e 2017.
"Como dizem, gastaram nosso passado, nosso presente e nosso futuro", declarou o funcionário sobre o desequilíbrio fiscal nos dez anos de Correa.
"Lamentavelmente, o pessoal do Correa, com seus amigos na Venezuela e en Cuba, estão provocando manifestações e certo grau de violência lá".
O funcionário disse que os Estados Unidos estão tratando de apaziguar os ânimos, destacando que as exigências dos cidadãos devem ser canalizadas com base na liberdade de expressão e no processo legislativo.
"Isto não significa entrar na Assembleia Nacional e assumir o controle", declarou o funcionário sobre a invasão ocorrida na véspera em Quito.
Moreno afirma que Correa tenta derrubá-lo com a ajuda do líder venezuelano, Nicolás Maduro.
O presidente equatoriano acertou em março um crédito de 4,209 bilhões de dólares com o FMI diante o elevado déficit e endividamento público. Em troca, promove uma série de reformas tributárias e trabalhistas e no dia 2 de outubro anunciou o fim dos subsídios aos combustíveis, o que provocou uma alta nos preços de até 123% e a atual agitação social.
Nesta quarta-feira, o movimento indígena equatoriano, que esteve por trás da derrubada de três governos entre 1997 e 2005, ocupou vários pontos de Quito, tendo como sua principal base El Arbolito, um parque perto das sedes desocupadas do governo e do legislativo.
Na segunda-feira, Moreno deslocou seu governo para a cidade de Guayaquil, prevendo a chegada dos manifestantes na capital.